Era sexta-feira, a sexta-feira da paixão, a sexta-feira da páscoa, o Sinédrio já condenara Jesus na noite anterior por dois gravíssimos crimes: blasfêmia contra Deus e conspiração contra César. Naquela sexta de manhã, manietado, Jesus é levado ao pretório romano, e Pilatos, covardemente, contra a sua consciência e contra as evidências dos fatos, condena Jesus à morte e morte de cruz. Jesus sai então carregando aquele lenho maldito pelas apinhadas ruas de Jerusalém sobre os apupos e vaias de uma multidão sanguissedenta e tresloucada. Às 9 horas da manhã Jesus é estendido naquele leito vertical da morte e suspenso entre a terra e os céus. Diz a Bíblia que foi crucificado ao seu lado direito e também ao seu lado esquerdo dois salteadores.
Ali estamos vendo três cruzes no calvário: a cruz do centro é a cruz de Jesus e isto tem um significado importante, Jesus é o grande divisor na história dos homens, ali tem três verdades destacadas: a cruz do centro é daquele que não cometeu pecado, mas se fez pecado por nós, para ser o nosso redentor, o nosso salvador; a cruz da esquerda tem um salteador que não se arrepende e é condenado; na cruz da direita tem um salteador que se arrepende e é salvo. E eu quero então lhe dizer que só há dois grupos no mundo; não é entre capitalistas e socialistas, não é entre ricos e pobres, não é entre religiosos e ateus, só existem dois tipos de pessoas no mundo, aqueles que estão salvos por Cristo e aqueles que estão perdidos nos seus pecados. Esses dois homens crucificados de um lado e do outro de Jesus representam duas possibilidades, duas oportunidades, dois grandes riscos.
Vejamos em primeiro lugar a cruz da esquerda. Aquele salteador apanhado pela lei, julgado pela lei, é condenado à morte e morte de cruz; viveu a vida toda à margem da lei, viveu no crime, sendo um transtorno social, trazendo prejuízos financeiros para tantos e ceifando a vida de muitos, agora chegara sua vez e ele foi condenado. Mas na última hora da vida, no apagar das luzes da sua história seu coração não se rende, seu coração não se dobra, ele não se quebranta, ele não se humilha, ele não se arrepende, ao contrário, ele quer que Jesus Cristo desça da cruz para salvá-lo; mas ele quer na verdade se livrar não do pecado, mas das consequências do seu pecado. Ele não demonstra qualquer arrependimento, ele não demonstra qualquer sensibilidade espiritual para rogar a Jesus, na última hora da vida, perdão por seus pecados. Ele está perto de Jesus, ele está vendo Jesus, ele clama Jesus, mas ele não é salvo, ele não é perdoado, e e perde a última oportunidade da sua vida. Talvez você esteja também perto de Jesus, talvez você nasceu lar chamado cristão, vive num país chamado cristão, talvez você tem uma Bíblia em casa, talvez você já escutou tantas mensagens, talvez você conhece toda essa história do amor de Deus e da morte substitutiva de Cristo na cruz por você, mas seu coração continua duro, sua alma continua fechada, você está resistindo ainda hoje a graça de Deus, talvez você esteja no limiar da sua vida, no apagar das luzes da sua história e você ainda mantém-se incrédulo, duro, insensível a voz da graça de Deus; aqui é um grande risco, aqui é um grande perigo, o perigo de uma condenação eterna.
Mas a cruz à da direita também tem um salteador; ele viveu à margem da lei, cometeu crimes, foi apanhado pela lei, foi julgado, foi condenado, está à beira da morte. Mas quando ele está na cruz ele escuta Jesus, do topo do calvário, orando e dizendo: pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Certamente essa palavra toca o coração desse homem e ele, então, se volta para Jesus, reconhece que Jesus é o filho de Deus, reconhece que Jesus não cometeu pecados, reconhece que Jesus é o rei dos reis, e diz: Senhor! lembra-te de mim quando vieres no teu reino. E Jesus diz pra ele: em verdade, em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso.
Isso nos ensina algumas verdades importantes. Primeira, a salvação não é pelas obras. Aquele homem viveu a vida toda à margem da lei, como o salteador, não foi por mérito que ele foi salvo, ele não tinha mérito algum. Segunda, a salvação pode ser alcançada no momento em que você se voltar pra Deus; aquele homem estava no finalzinho da vida, mas ainda aproveitou a oportunidade de se render a Jesus Cristo. Terceira, a salvação pode ser apropriada imediatamente. Você pode desfrutar dela no leito de um hospital, num CTI de um hospital, na hora mais crucial da sua vida Jesus Cristo diz: hoje mesmo estarás comigo no paraíso.
Eu quero dizer pra você que não importa quem é você, quão longe você tem andado de Deus, quão profundo você tenha caído, quão desesperadora é a sua situação hoje, se você se voltar para Jesus ele perdoa os seus pecados, ele dá a você a vida eterna, mas ele dá a você a segurança de que você está salvo. Hoje mesmo estarás comigo no paraíso, que verdade gloriosa, a salvação é uma oferta de Deus, é uma dádiva de Deus que nós não merecemos, recebemo-la gratuitamente pela fé em Cristo Jesus. Então, não importa quem é você, onde está você, como está você, agora mesmo, se você se voltar pra Jesus, ele também oferece a você este glorioso presente, o presente da vida eterna. Você já se apropriou da vida eterna? Você tem certeza que se você morrer hoje você estará com Deus no paraíso, com Jesus Cristo no paraíso? Você tem a convicção de que seus pecados já foram perdoados, que seu nome está escrito no livro da vida, que você tem dentro de você a marca de Deus, o selo do Espírito Santo? Agora mesmo você pode fazer esta mais importante decisão da vida, porque hoje é o dia oportuno, agora é o momento da sua salvação.
“Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à sua direita, outro à sua esquerda. Mas Jesus dizia: — Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, para repartir as roupas dele, lançaram sortes.” Lucas 23.33-34
Rev. Hernandes Dias Lopes