Não Matarás

Verdade

Na minha infância era muito comum uma atitude após as brigas que chamávamos de: “estou de mal”. E quando isso acontecia, não se trocava olhares, a calçada não poderia ser a mesma, a mesa do lanche na escola, e os amigos deveriam seguir a inimizade. O mero falar com o inimigo era trair a amizade.

Muitos pais tratam isso como coisa de criança, “quando crescer passa”. Em um caso extremo, soube de um jovem que foi morto por causa de uma briga de infância, ele havia esquecido, mas o assassino, não.

A inimizade, mais uma vez, remonta o período da Queda. Não é coisa somente de criança, é coisa de um coração caído. E o caminho mais fácil e que segue as tendências do coração é a vingança, o ódio por motivos fúteis, a inimizade, o assassinato.

É possível que alguém questione que relação há entre uma mera desavença e um assassinato, afinal, eu nunca matei ninguém. Mas a questão é que quando Deus dá o mandamento “Não Matarás”, ele não está simplesmente falando sobre tirar a vida de outra pessoa de maneira injusta, mas traz um mandamento muito mais abrangente que tem uma referência à defesa da vida do próximo, a quem você deve amar como a si mesmo.

A Escritura deixa claro que há uma relação profunda entre uma aparente desavença simplória e um assassinato. É que a origem e o tipo de pecado é o mesmo. Porque do coração procedem os maus desígnios e homicídios (Mt 15.19), e o ódio injusto é um assassinato não consumado, pois todo aquele que odeia a seu irmão é assassino, e os assassinos não têm a vida eterna permanente em si (1Jo 3.15).

Vida

É diante disso que devemos nos perguntar: Será que tenho sido um assassino? Será que vivo a contender com meus irmãos por motivos fúteis, egoístas, irrelevantes ou injustos? É tempo de olhar para Cristo, aquele que foi brutalmente assassinado pelo nosso pecado, inclusive o pecado de assassinar no coração por motivos tão banais. É tempo de restauração das relações quebradas, e porque não temos força para isso, precisamos recorrer a Cristo, ele é a verdadeira vida.

Pastor Timóteo Sales