Circuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras. Jeremias 4.4.

 

Verdade

A circuncisão era um ato feito no oitavo dia após o nascimento, em que o prepúcio do bebê masculino era retirado durante a cerimônia. Este era um importante sinal, pois era o sinal da Aliança de Deus com o seu povo. Era um sinal cruento (envolvendo sangue), e era feito no órgão gerador da vida, pois apontava para a descendência, na qual as mulheres faziam parte.

O detalhe que ressaltamos é que, nesse ato, o coração duro do povo fez com que boa parte da nação passasse a confiar mais no rito simbólico do que na própria Aliança com Deus. A dureza de coração lhes “impulsionava” a viver desprezando a lei de Deus, desprezando seu cuidado, deixando de lado a vida de santidade, e quando questionados, arrogavam serem circuncidados; pois carregavam a marca da Aliança, a marca que os remetiam ao pai Abraão.

O povo de Deus neste período estava na iminência do juízo divino através do cativeiro babilônico, mas mesmo assim andava longe de Deus, rejeitava as palavras proféticas, a exortação para volta à lei de Deus, e mais uma vez, confiavam no ritual, na marca que carregavam no próprio corpo, a circuncisão.

É neste ponto que o profeta Jeremias, boca de Deus, exorta o povo que a circuncisão não tinha significado se não ocorresse no coração. Pois o sinal da Aliança era algo externo que apontava para algo interno. Se a circuncisão interior, do coração, não ocorresse, a exterior era um mero rito vazio e sem sentido. Por isso, Deus alertou para seu furor como fogo que arde e não se apaga, por causa das malícias das suas obras (Jr 4.4).

Vida

A circuncisão exterior era obra das mãos dos homens requerida por Deus pois simbolizava a obra das mãos de Deus, que era interior, no coração. Esta obra era feita apontando para a Redenção, pois haveria de vir aquele que derramaria a última gota de sangue, para que os ritos cruentos fossem apenas sombras que apontavam para aquele que é perfeito, para o único capaz de transformar o coração, de fazer a obra para a qual a circuncisão apontava, a obra transformadora e regeneradora que nos é legada em Cristo. A circuncisão se encerra nele, pois “nele fomos circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Cl 2.11).

Timóteo Sales

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