“Eis que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra” Ez 33.32.

 

Verdade

A música é um dos dons mais belos deixados por Deus para o homem. Como é agradável aos ouvidos uma bela música, uma voz suave, um instrumento bem tocado; nosso coração se alegra, a nossa mente fica leve, e a música parece expressar a realidade das emoções que não conseguimos descrever.

Da mesma forma é a Palavra de Deus para o coração daqueles que foram transformados pelo evangelho da graça. Os salmistas disseram: “os teus decretos são motivo dos meus cânticos” (Sl 119.54), e ainda, “cantarei para sempre as tuas misericórdias” (Sl 89.1); porque “é mais desejável do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e mais doce do que o mel e o destilar dos favos” (Sl 19.10).

Infelizmente essa não era a expressão do povo de Deus, mesmo durante o cativeiro babilônico. As palavras do profeta Ezequiel eram verdadeiramente as palavras de Deus, ele era boca do Senhor sobre o seu povo. E o povo, até reconhecia que ele era o porta-voz divino, achavam belas as palavras que lhe saíam dos lábios, considerava as palavras divinas como “canções de amor”, com voz suave, como um belo instrumento sendo tangido esplendidamente, mas permaneciam como que “sentindo coceira nos ouvidos” (2Tm 4.3), e se “recusavam a dar ouvidos à verdade” (2Tm 4.4).

Muitas vezes somos tentados a contemplar a beleza da Lei de Deus, comparamos a um belo hino cantado com maestria, mas nos recusamos a executá-la; consideramos a sua prática como mera canseira e enfado. Tiago, irmão do Senhor Jesus, diz em sua carta que “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, (…) e logo se esquece de como era a sua aparência” (Tg 1.23-24).

Vida

O papel dos profetas era falar a Palavra de Deus, que não ficou na mera letra ou canção, porque a Palavra de Deus é uma pessoa, Jesus; este, por amor, entregou a sua vida, para que pudéssemos cantar verdadeiras canções de amor a Deus; viveu em perfeição para que carreguemos um suave fardo; “pôs em obra” (Ez 33.32) a justiça de Deus em nosso lugar, para que, aqueles que nele creem (Jo 3.16), possam entoar canções de amor como reflexo de uma vida transformada.

Timóteo Sales

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