Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.
Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.
Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,
a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
João 1:6-14

A palavra de Deus traz a verdade gloriosa de que na plenitude dos tempos, o filho de Deus veio ao mundo, nascido de mulher, nascido sob a lei, para ser o nosso Redentor. O evangelho de João apresenta-nos de maneira eloquente esta história da encarnação de Cristo, vindo ao mundo como filho de Deus, para ser o nosso Redentor. João provou que Jesus Cristo é Deus de duas maneiras extraordinárias, primeiro porque ele tem os mesmos atributos de Deus. Jesus é eterno, é pessoal, é divino, é auto-existente. Ele é a verdadeira luz que vindo ao mundo ilumina todo homem. Mas também ele é Deus porque ele realiza as mesmas obras de Deus, ele é o criador do universo, ele é o doador e sustentador da vida.

Agora esse texto que você ouviu retrata para nós três reações em relação ao verbo que se fez carne. A primeira é a reação de João Batista nos versos 6 a 9, este homem que foi enviado por Deus para testificar a respeito de Jesus, ele apresenta para nós algo tão precioso, porque a diz a Bíblia que veio a voz do Senhor, a palavra do Senhor a João no deserto, depois de 400 anos de silêncio profético. E ele começa a pregar no deserto da Judéia batismo de arrependimento para remissão de pecados e as multidões fluem das cidades, das vilas, das aldeias para o deserto, para ouvi-lo, arrependendo-se de seus pecados, confessando os seus pecados e sendo por ele batizados.

Então diz Lucas no capítulo 3 que esta multidão começa a cogitar se ele, João, não seria o próprio messias, e ele sem deixar-se seduzir por essa proposta tão elevada, responde com firmeza granítica: eu não sou o messias, eu vim preparar o caminho dele. Eu não sou o verbo, sou apenas uma voz que clama no deserto. Eu não sou a luz, eu vim para anunciar a luz, a verdadeira luz que vindo ao mundo, ilumina todo homem. Eu não sou o cordeiro, eu aponto para ele e digo – eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Eu batizo com água, mas ele é mais poderoso do que eu e ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Eu não sou nem digno de me curvar desatar as correias das suas sandálias. Eu tenho um lema de vida: convém que ele cresça e que eu diminua. A primeira reação ao verbo que se fez carne é que o João dá a ele toda glória devida ao seu nome .

A segunda reação ao verbo de Deus que se fez carne está nos versos 10 e 11, o verbo estava no mundo e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu e os seus não receberam. Aqui João está falando do povo de Israel, que não obstante ter visto Jesus, escutado Jesus, recebido os seus milagres, ainda não creram nele. E diz a Bíblia que Jesus andou por toda parte fazendo o bem, libertando os oprimidos do diabo, cegos viram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os coxos andaram, os endemoniados foram libertos, os leprosos foram purificados, os mortos ressuscitaram. Mas apesar de tanta evidência, eles rejeitaram a Jesus, até hoje, e de forma geral ainda se aguarda a chegada do messias e ele já veio há dois mil anos. Filho de Maria, filho de José, que nasceu e foi colocado numa manjedoura. Ele cresceu cheiro de graça, e ele é o verbo encarnado, e quantos que apesar de saber de tudo isso ainda também rejeitam Jesus.

Há uma terceira reação que está nos versos 12 e 13: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. Aqui está algo sublime porque ‘todos quantos o receberam’, e a pergunta é ‘todos quantos’, todos quem? E resposta é clara – todos os judeus, todos os gentios, todos os homens, todas as mulheres, todas as crianças, todos os jovens, todos os velhos, todos os ricos, todos os pobres, todos os analfabetos, todos os doutores, todos os brancos, todos os amarelos todos os pardos, todos os negros, todos aqui, todos ali, todos da Lei. Não importa de onde você vem, não importa para onde você vai, se você receber a Jesus, você recebe o poder de ser feito filho de Deus.

É claro, portanto, que nem todos são filhos de Deus. Ser filho de Deus não é uma uma coisa natural. Ninguém é filho de Deus porque nasce num país chamado cristão, ou porque nasceu numa família chamada cristã, ou porque frequenta uma religião chamada cristã. Há um ditado muito popular no Brasil que diz assim: filho de peixe, peixinho é. Mas não é verdade que filho de crente, ‘crentinho’ é, para você ser filho de Deus você precisa nascer de novo, você precisa nascer da água e do espírito, você precisa nascer de cima, do alto, você precisa ser nova criatura, ter um novo coração, uma nova mente, uma nova vida, uma nova família, uma nova pátria, uma nova herança.

Mas o que é ser filho de Deus? O texto diz que não é aquele que é nascido do sangue, não é hereditário, não é aquilo que o homem pode fazer por si mesmo. Eu não me declaro o filho de Deus, eu não me faço o filho de Deus, esta competência não está em mim. Ninguém, nem os patriarcas, nem os profetas, nem os apóstolos, nem os pais da igreja, nem os reformadores, nem os avivalistas, nem Paulo, nem Pedro, nem Maria, nem a igreja, nem a denominação, nem qualquer conselho eclesiásico tem essa competência para dizer-me: seja filho de Deus. A salvação não está na mão da igreja, nem na minha mão, nem na sua, a salvação está na mão de Deus e só o próprio Deus pode fazer de você o Seu filho. E qual é a condição que ele exige? A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. Para você ser filho de Deus você precisa crer em Jesus e reconhecê-lo como seu salvador pessoal, como Senhor da sua vida.

Mas agora o João nos leva para o versículo 14 – E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. No ano 325 da era Cristã, o Imperador Constantino convocou o Concílio de Nicéia, o primeiro Concílio geral da igreja. Ário de Alexandria estava pregando uma heresia perigosa, de que Jesus Cristo não era Deus, da mesma essência de Deus. Então nesse Concílio, Atanásio firmado nas escrituras e na verdade, derrota as teses heréticas de Ário e finca um alicerce sólido da ortodoxia cristã, defendendo a divindade de Jesus Cristo. Ele, mais tarde, escreve um livro sobre a encarnação, que está inclusive em língua portuguesa, dizendo que a encarnação é o maior mistério do cristianismo, e de fato é, senão vejamos: o texto diz que o verbo se fez carne. A pergunta é, que verbo? E a resposta é, o verbo eterno, pessoal, divino, auto-existente, criador, doador da vida, o verbo que é Deus, infinito, imenso, imutável, onipotente, onipresente, onisciente, transcendente, soberano, que nem os céus dos céus pode contê-lo.

Agora diz o apóstolo Paulo, em Filipenses 26, que ele mesmo se esvaziou. Ele não foi esvaziado, ele se esvaziou, sendo ele transcendente, nem os céus dos céus podendo conter, ele vai se esvaziando, e se esvaziando, e se esvaziando, e se esvaziando a ponto de se transformar em um zigoto, em um embrião, um feto, um bebê que nasce de uma virgem, enfaixado em panos, deitado numa manjedoura. Pois aquele bebê é o criador do universo, o Deus transcendente, isso é um mistério!

O texto diz que ele veio habitar entre nós, não longe de nós. Ele vestiu pele humana, calçou as sandálias da humildade, pisou nosso chão, bebeu a nossa água, comeu o nosso pão, sentiu nossa dor, chorou nossa lágrima e carregou sobre o seu corpo no madeiro os nossos pecados. Ele veio até nós, não cheio de justiça e juízo, porque nos fulminaria, uma vez que o melhor de nós, as nossas justiças, não passam de trapos de imundícia. Ele veio cheio de graça, nos apanhou arruinados, sujos, contaminados, depravados, condenados, mortos nos nossos delitos e pecados. Ele nos deu vida! Vida! E nos fez membros da família de Deus. E o texto diz – e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. A ponto dele poder dizer que quem me vê a mim, vê o Pai, porque eu e o pai somos um. Ele é o resplendor da glória, ele é a exata expressão do ser de Deus. Nele habitou corporalmente toda a plenitude da divindade. Que verdade bendita! Que verdade gloriosa!

É que o verbo se fez carne e veio até nós para ser o nosso salvador, o nosso redentor. Aquele que nos toma pela mão e nos reconcilia com o pai. Aquele que é o único mediador entre Deus e os homens, o único nome dentre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões e nos confiou o ministério da reconciliação. Aquele que não conheceu o pecado Deus o fez pecado por nós, para que nele nós fôssemos feitos justiça de Deus. E agora, como embaixador de Deus, eu rogo a você que você se reconcilie com Deus por meio de Jesus Cristo, porque não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que você seja salvo. Ele é o único salvador, ele é o único Senhor, ele é o único mediador, ele é a porta do céu, ele é o caminho para Deus, ele a nossa esperança, ele é a nossa paz. Só ele pode dar sentido à sua vida.

Esta é a mensagem do Natal, esta é a grande mensagem que ecoa aos seus ouvidos e ao seu coração. Se hoje você reconhecer que você é um pecador, se hoje você se arrepender dos seus pecados, se hoje você pôr a sua confiança em Jesus, o filho de Deus, ele pode dar a você a vida eterna e você pode ter um selo do Espírito Santo em você e você pode entender que a partir de agora você se torna propriedade exclusiva de Deus, filho de Deus, membro da família de Deus, herdeiro de Deus, co-herdeiro com Cristo, e começar a desfrutar agora mesmo da alegria e da segurança da salvação.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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