Vaso quebrado

Verdade

Todos sabem que a astúcia está presente nas crianças. Na minha infância, traquinando, quebrei um vaso de minha mãe; e com toda a astúcia remontei o vaso, coloquei dentro do armário, e pela porta ao lado encaixei, de forma que, quem abrisse a outra porta, o vaso quebrado cairia no chão e outra pessoa levaria a culpa.

Às vezes agimos como crianças quando pecamos, tentamos esconder os vasos quebrados, não confessamos, tememos a culpa e não nos sentimos preparados para assumir os danos. Isso ocorre porque somos orgulhosos. Na verdade, isso não é algo recente no ser humano, desde o nosso primeiro pai, Adão, que não confessou o seu pecado, mas acusou, “a mulher que tu me deste” (Gn 3.12), encobrimos o nosso pecado (Pv 28.13), e como crianças pensamos que eles não serão descobertos.

O contexto, de 2º Samuel 24, mostra Davi levantando um censo para saber o tamanho do seu exército; ele se orgulhou e esqueceu que “do SENHOR é a guerra” (1Sm 17.47). Mas após o pecado, a Bíblia diz que “o coração dele o feriu” e ele tomou pelo menos três atitudes: primeira, confessou o seu pecado a Deus (2Sm 24.10), não escondendo vasos quebrados, mas expôs sua miséria; segunda, ele recorreu à misericórdia divina (2Sm 24.14), na confiança de que alcançaria essa misericórdia (Pv 28.13) do Deus da aliança; e finalmente, ele assumiu os danos causados pelo pecado, não admitindo sacrificar ao Senhor algo que não lhe custasse nada (2Sm 24.24).

Vida

O texto encerra com a ira de Deus aplacada pelo holocausto oferecido por Davi, no local em que futuramente seria o local do Templo. E o que a Palavra de Deus nos mostra é que os holocaustos não eram suficientes para cobrir pecados (Hb 10), mas o que de fato aplacava a ira de Deus era o fato dos sacrifícios apontarem para um sacrifício cabal, perfeito e substitutivo, o sacrifício de Cristo. É impossível consertar os vasos quebrados se a nossa fé não estiver firmada no oleiro da cruz.

Timóteo Sales