Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos.
Lucas 16:19-25
Esse texto que você acabou de ouvir traz lições muito solene ao seu, ao meu, ao nosso coração. Eu quero tratar deste assunto com você: um contraste profundo. Jesus conta essa história de um rico que vestia púrpura e linho finíssimo e que se regalava todos os dias em banquetes fartos com iguarias finas e ao mesmo tempo jazia em sua porta, Lázaro, um mendigo que desejava fartar-se daquilo que caía da mesa, as migalhas que caiam da mesa. Naquela época não havia guardanapos como nós temos hoje e as pessoas comiam e enxugava sua própria mão com um pão molhado naqueles caldos e jogavam à beira do chão aquilo que se chamava de migalhas. Então estava Lázaro – diz a Bíblia – coberto de chagas, faminto, desejoso de abastecer-se das migalhas. Não consta o texto que o rico lhe desse sequer as migalhas, diz o texto que então Lázaro morreu e foi levado para o seio de Abraão pelos anjos e também diz o texto que o rico morreu e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão e Lázaro no seu seio e clamou: – Pai Abraão, manda Lázaro que venha e ponha o seu dedo molhado na minha língua porque eu estou atormentado por estas chamas. A resposta que ouviu foi: você teve as suas iguarias na sua vida e agora você está em tormento, Lázaro está aqui no meu seio de tal maneira que um não pode passar daqui para lá nem outro de lá para cá.
Esse texto encerra grandes contrastes que eu passo a descrever. Em primeiro lugar, o contraste na vida: um é rico, o outro é pobre; um está vestido de forma tão rica de púrpura e linho finíssimo, outro coberto de andrajos, de trapos; um está banqueteando-se com ricas iguarias, outro está faminto à sua porta; um está celebrando a vida, o outro está tentando sobreviver, com fome, fuzilando o seu estômago. Um está cercado de muitos amigos em seus banquetes, o outro recebe a companhia dos cães leprentos a lamber-lhe as feridas e as úlceras. Que contraste. Que contraste!
Contraste econômico, contraste social: um cercado de grandes riquezas o outro amargando profunda pobreza. Ainda vemos esse contraste hoje, tantas pessoas com muitos bens com riquezas incontáveis vivendo no luxo, no Fausto, vestindo-se de forma tão rica, ostentando as melhores grifes, morando em mansões e apartamentos luxuosos, com carros importados, com as viagens mais fantásticas para os lugares mais belos da Terra, se alimentando nos restaurantes mais caros, se hospedado nos hotéis mais requintados do mundo, ostentando suas jóias ou ostentando a sua riqueza. Ao mesmo tempo tem tantas pessoas famintas, macérrimas, doentes, sem o básico, sem o necessário para sobreviver e nesta diferença e nesse contaste gritante os ricos não se importam tantas vezes e os pobres sequer tem a ração diária para o seu sustento – contraste na vida.
Mas esse texto também nos traz um segundo contraste, o contraste na morte. Diz a Bíblia que Lázaro morreu e foi levado pelos anjos para o ‘seio de Abraão’, esse é um termo correlato ao céu, ao paraíso, a casa do pai, a Nova Jerusalém, ao lugar de bem-aventurança eterna. Diz a Bíblia que também morreu o rico e foi sepultado e eu chamo a sua atenção para esse contraste. Não diz o texto que Lázaro foi sepultado só diz que morreu. Talvez conhecendo a cultura do oriente daquele tempo, dos cães leprentos que circulavam pelas ruas famintos à cata de algo para comer, dá repulsa isso, mas quem sabe os cães tenham sido a sua própria sepultura. O rico entretanto morreu e foi sepultado. Imagine você que funeral, talvez num caixão de cedro, talvez pompas funerárias, talvez amigos vindo para fazer longos e eloquentes discursos de elogio, talvez música, talvez todo um aparato para aquele funeral tão destacado. Talvez nos comentários da cidade um nem lembrado foi, o outro é condecorado com ricos elogios, ainda sim, esse contraste existe.
Quantos mendigos morrem anonimamente e são talvez sepultados como indigentes, sepultura rasa, sem qualquer cortejo, sem qualquer celebração. Você vê todos os dias funerais tão pomposos, com tantas exéquias destacadas, com um cortejo tão grande, com músicas tão solenes, com discursos eloquentes, com uma imprensa cobrindo e destacando a importância daquela personagem tão conhecida no mundo. Há contrastes na morte e esse texto bíblico faz questão de relatar isso para nós.
Mas em terceiro lugar há um contraste na eternidade. Diz o texto que Lázaro morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. A palavra Lázaro significa – aquele que confia em Deus – é claro que Lázaro não foi para o céu por causa da sua pobreza, a pobreza não é uma virtude em si mesma nem a riqueza é um pecado em si mesmo. O que o texto quer destacar é que Lázaro está no seio de Abraão porque apesar da sua pobreza, ele confiava em Deus e isso é um alerta para nós porque tem muita gente que pensa que se você confia em Deus você vai ser rico, você nunca vai ficar doente, você vai ter muitas propriedades, você vai ter prosperidade financeira, essa teologia chamada da prosperidade é falsa, um equívoco. O próprio Jesus – o filho de Deus – diz a Bíblia, não tinham onde reclinar a cabeça, os apóstolos eram homens pobres, o apóstolo Pedro ao ir ao templo com João, tem lá um homem paralíticoe e pediu uma esmola para eles, e eles responderam nós não temos ouro nós não temos prata e Pedro diz: mas o que eu tenho os eu te dou, em nome de Jesus, o Nazareno, levanta-te e anda. O apóstolo Paulo encerra a sua vida sendo maior Apóstolo, maior pregador do Evangelho do primeiro século, morreu pobre, numa prisão, sendo degolado, então é possível ser uma pessoa pobre e confiar em Deus.
Mas diz a Bíblia que o rico morreu e foi sepultado, mas no inferno, claro, a alma dele; o corpo está sepultado, está em tormento no inferno. E aqui eu quero trazer para você o solene alerta: o inferno existe! E onde ele fica? No final de uma vida sem Cristo. Você pode ter dinheiro, você poder família, você pode ter amigos, você pode ter riquezas e você pode ter aplausos do mundo, mas se você não tem Jesus o destino final é o inferno. Eu sei que não é politicamente correto, eu sei que é isso não é palatável ouvir mas é melhor ouvir sobre o inferno do que ir para lá.
A Bíblia nos orienta a fugirmos da ira vindoura e a única maneira de você e eu escaparmos do inferno é por meio de Cristo. Só Jesus pode tomar você pela mão, elevar você ao céu. Não há outro caminho, Jesus diz eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim. Só existe uma porta no céu e essa porta é Jesus, só existe um nome dado entre os homens pelo qual importa que você e eu sejamos salvos e este nome é Jesus. Só existe um mediador entre você e Deus e este mediador é Jesus. Se você hoje deseja reconhecer-se pecador e confessar os seus pecados e arrepender-se deles e colocar sua confiança em Cristo agora mesmo, faça isso, porque depois da morte não tem mais jeito, não tem mais missa de sétimo dia, missa de 30 dias, não tem purgatório, não tem reencarnação, não tem aniquilamento.
Existe sim uma vida aqui e uma vida depois da sepultura. O homem não é apenas matéria, o homem foi criado por Deus como um ser que vai permanecer depois da morte, porque ele tem uma alma imortal e eu quero conclamar você, enquanto é tempo: volte-se para Deus, reconcilie-se com Deus, porque no final existe céu, existe inferno; existe bem-aventurança eterna, existe condenação eterna.
Deus está dando a você a oportunidade de voltar-se para Deus enquanto é tempo e de invocá-lo enquanto ele está perto. O rico lá no céu clamou por uma gota d’água e nem isso lhe foi dado, ele clamou pela sua família mas não tinha mais chance de ajudar a sua família. A Bíblia diz que ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo. O que você vai fazer?
Hoje é o dia oportuno, é o dia de voltar-se para Deus. Um profundo contraste, contraste na vida, contraste na morte, contraste na eternidade. Aquele que aqui foi um mendigo agora desfruta da bem-aventurança eterna no seio de Abraão. Aquele que aqui viveu no luxo, no Fausto, agora é atormentado no inferno. Você hoje pode mudar essa realidade, você hoje pode voltar-se para Deus, você hoje pode receber a Jesus como seu Salvador pessoal e ter uma vida plena aqui e a salvação eterna, a vida eterna, a segurança eterna, por todo desdobrar da eternidade.
Rev. Hernandes Dias Lopes