Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
Efésios 5:24,25
O apóstolo Paulo estava preso em Roma na sua primeira prisão quando escreveu a rainha das suas epístolas – a carta aos Efésios. Nesta carta Paulo trata de maneira eloquente e profunda acerca do casamento – do relacionamento entre o homem e a mulher, a mulher e o homem. E neste texto que é um dos mais preciosos de toda a literatura mundial sobre o tema, Paulo vai mencionar o papel da mulher, o papel do marido no casamento, retratando assim o propósito de Deus para o casamento.
Hoje o casamento parece estar em baixa. É uma instituição atacada, distorcida, mal compreendida. O índice de divórcio cresce espantosamente, a qualidade de vida conjugal tem deteriorado-se com o tempo a ponto do lar hoje ser o quinto lugar mais perigoso do mundo pra se viver: agressões verbais, agressões físicas, alguns chegando a vias de fato trazendo tanta dor e sofrimento. Mas não é esse certamente o propósito de Deus para o casamento, que foi instituído para glória de Deus e pra felicidade do ser humano. Se nós seguirmos o manual do fabricante, se nós seguirmos os preceitos da palavra de Deus o casamento será um jardim grinaldado de flores e não um canteiro de espinhos o casamento será uma antessala do céu e não um porão do inferno. O casamento será uma planície verdejante de liberdade, não uma masmorra de limitação e prisão.
Então precisamos perguntar qual é o papel da esposa? Qual é o papel do marido pra que esse casamento cumpra o propósito divino e os dois possam ser plenamente felizes. Paulo vai usar a questão conjugal como um tipo, como um modelo, como a ilustração daquilo que é a mais sublime das relações no universo que é a relação de Cristo com a igreja. Então Paulo faz uma espécie de paralelo: a igreja é um símbolo daquilo que a esposa deve ser e a esposa um símbolo que a igreja deve ser e o marido símbolo daquilo que Cristo deve ser nesta relação.
Então Paulo começa dizendo que a mulher deve ser submissa a seu próprio marido como ao Senhor. Eu estou convencido de que esta palavra submissão pra muitos cheira naftalina, a outros dá urticária, outros se arrepiam rebeladas contra a possibilidade de existir essa palavra no contexto conjugal. Mas vamos entender que submissão aqui precisa ser entendida à luz das escrituras. Por exemplo, Paulo não está ensinando aqui submissão de gênero, ele não está dizendo que o sexo feminino precisa sujeitar-se ao sexo masculino – absolutamente não. Paulo não está ensinando que a mulher deve ser sujeita a qualquer qualquer homem e não ao seu próprio marido, não é questão de gênero.
Por uma questão de funcionalidade, porque ainda está escrito no versículo 23, porque o marido é o cabeça da mulher como também Cristo é o cabeça da igreja, portanto submissão não fala de inferioridade porque se Deus é o cabeça de Cristo, é o cabeça do homem, o homem é o cabeça da mulher. Pergunta a vocês há alguma diferença entre o Deus pai e o Deus filho? Não. São da mesma essência, da mesma substância, tem os mesmos atributos?, realizam as mesmas obras, Jesus é Deus de Deus, luz de luz, co igual, co-eterno e co-substancial com o pai. Mas dentro da economia da trindade, o pai é o cabeça de Cristo, Cristo é o cabeça do homem, o homem é o cabeça da mulher.
Conquanto cabeça, Jesus não foi um tirano, mas ele deu a sua vida pela igreja, ele serviu a igreja. A liderança do marido é uma liderança de serviço, sensível, amorosa, meiga, carinhosa. O modelo do marido é Cristo e a liderança que ele exerce, exerce-a olhando pra Cristo como seu paradigma. Alguém já disse com razão? Que nenhuma mulher tem dificuldade de ser submissa a um homem que a ama como Cristo amou a igreja. Pegando novamente o paralelo quanto mais uma igreja honra a Cristo e quanto mais ela se sujeita a Cristo, mais livre, mais feliz, mais segura ela se sente porque este é o propósito de Deus.
Mas aí você pode perguntar, e qual é o papel desse marido dentro deste propósito divino pro casamento? E Paulo diz assim, maridos, amai vossa mulher como também Cristo amou a igreja e assim mesmo se entregou por ela. Então aqui levanta-se uma pergunta: como Cristo amou a igreja?
Primeiro, um amor perseverante tendo amado seus amor-os até o fim. Não é amar até a primeira crise, não é amar até a primeira discussão, não é amar até o primeiro fio de cabelo branco aparecer, não é amar até a primeira ruga na face surgir, é amar até o fim. Não é amar apenas por causa das virtudes, mas amar também apesar dos defeitos. Nós não viemos de uma família perfeita, nós não somos uma pessoa perfeita, nós não nos casamos com uma pessoa perfeita, mas devemos ter um amor perseverante. É assim que o marido deve amar a sua mulher.
Mas em segundo lugar, este amor é um amor sacrificial. Cristo amou a sua igreja e a si mesmo se entregou por ela. Não é colocar a mulher como escudo pra se livrar, se proteger, não, é colocar o peito na frente e sofrer o baque por ela, por amor dela, pra protegê-la. Então este é o ideal de Deus, este é o padrão de Deus. A família está tão adoecida, os casamentos estão tão fragilizados porque os homens jogaram fora os princípios de Deus. Os homens querem abraçar outros valores que oprimem, que massacram, que tiram a beleza, a poesia, o romantismo, a leveza da relação conjugal.
Mas em terceiro lugar, o amor do marido pela esposa é um amor santificador. Uma mulher bem amada, ela é protegida ao enfrentar determinadas abordagens às vezes diretas até algumas indiretas e até assédio. Se ela é amada, se ela tem consciência de que ela tem valor pro seu marido, ela tem capacidade de resistir, mas mulher que não é elogiada, não é tratada com carinho, não é tratada com respeito, ela não se sente uma pessoa valorizada em casa ou no trabalho quando volta pra casa, ela se torna vulnerável. Então, o amor do marido santifica a esposa, abençoa a esposa, dá segurança pra ela, é por isso que o apóstolo Pedro escrevendo a sua primeira carta no capítulo três e diz que o marido deve tratar a sua mulher como vaso mais frágil, tratar com honra, não é que a mulher mais fraca não, ao contrário, ao contrário, mas a mulher é mais sensível e o homem precisa entender isso e tratá-la com respeito, com dignidade, vivendo a vida comum do lar, cuidando dela.
Mas ainda em quarto lugar, o amor do marido pela sua mulher é um amor romântico. Paulo diz, ninguém jamais odiou a sua própria carne antes alimento e dela cuida. Em outras palavras, quando o marido agride a sua mulher com palavras duras, com indelicadeza, com falta de romantismo, jamais fazendo um elogio, fazendo dela apenas uma prestadora de serviços domésticos, esta mulher certamente não vai ter a sua vida emocional saudável. Quando ele agride a sua mulher, está agredindo a si mesmo, porque os dois se tornam uma só carne.
Agora quando o texto diz: ninguém jamais odiou a sua própria carne antes alimenta e dela cuida a palavra cuida aí na língua grega só aparece mais outra vez no novo testamento lá em 1 Tessalonicenses 2.7 e a palavra que aparece lá é a palavra acariciar e outras palavras o marido precisa acariciar a sua mulher a vida íntima do casal precisa ser cultivada, o romantismo não pode morrer lá no altar, O coração alegre, os olhos brilhantes, a poesia, o elogio, os gestos de cavalheirismo, não podem morrer. Quando o marido cuida assim da sua mulher, sendo romântico com ela, sendo afetuoso, carinhoso com ela, isto abençoa a vida dessa mulher e eu vou lhe dizer que não há nada mais importante que você possa fazer pros seus filhos do que ter um bom casamento.
Porque os nossos filhos nos veem e nos observam mais do que nos escutam. Nada machuca também mais um filho do que ver o pai agredindo a mãe. Ou vice-versa. Então o propósito de Deus para o casamento é que o casamento seja harmonioso. É claro que casamento não são almas gêmeas. É claro que casamento é a união de dois não iguais mas desiguais mas que se complementam. É claro que o casamento tem suas tensões, suas arestas e que precisa de sabedoria, habilidade, paciência, amor, perseverança e perdão. Mas o propósito de Deus pro casamento é que ele seja uma fonte de prazer e de alegria e não uma fonte geradora de crise, dor e mágoa.
Eu pergunto, como é que está o seu casamento? De zero a dez, que nota você dá ao seu casamento? Como é que anda a comunicação no seu casamento? Quais são as atitudes que você tem tido no seu casamento e que atitudes o seu cônjuge tem tido com você no casamento? Se os seus filhos observassem o casamento de vocês, eles gostariam de se casar? A vida de vocês motiva e inspira seus filhos a buscar um casamento também feliz como o seu. Você já pôde escutar da sua filha ou mulher escutar do seu filho. Eu gostaria de ter um cônjuge como meu pai, como a minha mãe é hora de nós restaurarmos esta relação, encontrarmos poesia, voltar ao primeiro amor, voltar a ter brilho nos olhos, voltar a cantar juntos, a sorrir juntos, se preciso chorar juntos, andar juntos, caminhar juntos, viajar juntos, celebrar a vida juntos, este é o propósito de Deus pro casamento.
Talvez você já tá pensando em desistir, quem sabe você não, eu já tô com o divórcio já costurado, é só assinar. Quem sabe possa voltar e investir no seu casamento pra que ele seja restaurado, recuperado e você possa desfrutar nos dias por vir o que você não desfrutou até hoje.
Rev. Hernandes Dias Lopes