Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Atos 4.32.
Verdade
Um dos equívocos cometidos por muitos é de achar que este texto de Atos é um grande exemplo de quando a igreja começou a viver uma espécie de “Comunismo”, outro equívoco é o de pensar que não podemos tomar como padrão e exemplo o que aqueles crentes viveram quando cheios do Espírito Santo (At 4.31).
Quando olhamos para o texto, o que percebemos é que alguns princípios não faziam parte de uma vida transformada e cheia do Espírito Santo: egoísmo, avareza, indiferença com o próximo ou apego material. Isso não porque eles tivessem em mente uma espécie de comunismo, mas porque eles entenderam o princípio de mordomia.
A Escritura diz que “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24.1), e diz ainda que “nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele” (1Tm 6.7); logo, como mordomos do Senhor, jamais poderemos pensar que temos alguma coisa, ou olhar para nossa casa, nosso carro, nossa poupança, e pensar, é tudo meu, faço o que eu quiser.
A igreja, após este episódio de enchimento do Espírito Santo, tinha a consciência de que tudo pertence a Deus, e que eles eram mordomos do Rei, assim, não havia a possibilidade de considerar nada como exclusivo, como seu. O texto diz que eles tinham tudo em comum, pois o que aconteceu foi um avivamento real da parte de Deus; eles tinham o princípio de unidade promovido pela obra de Cristo. Isso não significava que alguém chegasse na casa de outro como se fosse o dono das coisas do próximo, mas aqueles que possuíam recursos tinham tamanha consciência de unidade que consideravam quem é o real dono das coisas e a sua unidade com o próximo.
Vida
Eles tinham unidade de coração e alma, o que apontava para o resultado da obra de Cristo na vida dos crentes; o enchimento do Espírito Santo reavivou a convicção e a realidade da unidade como corpo de Cristo, como membros uns dos outros, como reconciliados, como povo da Aliança. Nós temos o maior dos motivos para viver e lutar pela unidade da igreja: Cristo vive em nós e o seu sacrifício promove em nós profunda unidade, verdade que implicará desde o nosso ajudar ao próximo financeiramente até os momentos de comunhão como povo da Aliança.
Timóteo Sales