Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Efésios 4.28.

 

Verdade

Frugalidade é uma das palavras menos conhecidas entre os mais novos, e, talvez, também entre os adultos. Se perguntarmos sobre o significado do seu antônimo, facilmente teríamos a resposta; a frugalidade é oposta a ostentação. Em um mundo em que a ostentação faz parte não só do vocabulário, mas da vida comum das pessoas, falar em um estilo mais frugal talvez soe como uma afronta para muitos, como algo retrógrado ou sem sentido em dias de tantas opções.

A Escritura é abundante em falar sobre o contentamento (1Tm 6.8), vida material dependente do Senhor (Mt 6), sobre o problema da cobiça (Ex 20.17) ou sobre uma vida plenamente satisfeita com o que Deus proporciona (Fp 4.11-13). Por outro lado, temos sido bombardeados com uma cultura em que a ostentação está à frente da moda, de modo que os modos são ditados não pela real utilidade dos produtos, mas pela falsa sensação de necessidade, que aponta mais para a comparação com o próximo do que com o auxílio que o devemos, por ele não ter o que temos, sem a real necessidade.

Nesta direção Paulo exorta aos Efésios que percebam que o furto é reprovável, e o caminho inverso não é o mero trabalho, mas ele vai além e mostra que o trabalho visa o uso das coisas em serviço do bem do próximo, para a glória de Deus; logo, eu devo trabalhar, fazendo o que é bom e lícito, a fim de que tenha condições de acudir ao necessitado, e não simplesmente para comprar uma roupa ou sapato novo, para meu bel prazer. Isso não quer dizer que não podemos comprar itens novos, claro que podemos desfrutar do resultado do nosso suor. Mas isso aponta para sondarmos o nosso coração, para sabermos se não estamos ostentando ao invés de viver uma vida mais contente, simples, frugal, a fim de ajudar o próximo sempre que estiver ao alcance.

Vida

“As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8.20), Cristo veio para servir e não para ser servido (Mt 20.28), logo, o que nos faz pensar que a ostentação deve ditar o nosso consumo? Olhemos para Cristo, aquele que ensinou e viveu a frugalidade, aquele que exortou para o perigo do apego aos bens materiais (Mt 19.23-24), aquele que se fez pobre, homem, por amor a nós.

Timóteo Sales

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