Todos nós sabemos da importância da comunicação, da fala, do poder da língua. Você certamente conhece gente que estava quebrada pela vida, passando por grandes angústias na alma, com o rosto coberto de lágrimas, que ouvir uma palavra boa, cheia de ternura e sabedoria, esta pessoa encontra lenitivo para a alma, forças para se levantar neste vale escuro. Por outro lado também você conhece gente que foi machucada pela vida, ferida na alma, gente que entrou num processo de degradação emocional porque foi ferida pela espada da língua, da maledicência, de uma palavra insensata que trouxe tanta dor no coração. Você precisa entender comigo à luz da palavra de Deus que a morte e a vida estão no poder da língua. Você pode dar vida ou você pode matar um relacionamento, dependendo da maneira como você se expressa. Tiago chega a dizer nesta carta, no capítulo um verso 26, que se você não refreia a sua própria língua, você engana você mesmo e a sua religião é vã. Eu quero aqui tratar de três verdades com você à luz desse texto. Primeiro, Tiago fala que a língua tem o poder de dirigir, e ele usa duas figuras: o freio do cavalo e o leme do navio. Depois ele diz que a língua tem o poder de destruir, ele usa mais duas figuras: a figura do fogo e a figura do veneno. Terceiro, a língua tem o poder de deleitar e ele usa mais duas figuras: a figura da fonte e a figura da árvore. Pois eu quero tratar com você agora sobre esses três aspectos do poder da língua.
Primeiro lugar, Tiago diz que a língua tem o poder de dirigir. Quando você usa o freio de um cavalo, é porque o cavalo é um animal forte, robusto, impetuoso. Se ele não é domesticado, ele não pode ser útil, ele vai usar toda sua força para destruir e não para servir. Assim também é a nossa vida, se a nossa língua não for domesticada, controlada pelo Espírito Santo, nós vamos nos tornar seres impetuosos e perigosos. Pense comigo no navio, tão grande, singrando as águas, batido por rijos ventos, esse grande navio é governado por um pequeníssimo leme, que nas mãos do timoneiro inclina o navio para lá ou para cá; sem esse leme, esse navio que transporta tanta gente, cargas tão preciosas, arrebentar-se-ia nos rochedos submersos e haveria tragédias indescritíveis. Assim é a língua; quando você domina sua língua você domina todo o seu corpo, quando você domina sua língua você é dirigido por caminhos aplainados e encontra então a bem-aventurança na vida.
Mas agora Tiago vai dizer que a língua também tem o poder de destruir, ele usa a figura do fogo, uma pequena chama, um palito de fósforo pode provocar um incêndio devastador, colocar em chamas uma selva inteira. Um comentário malicioso, uma fofoca, uma maledicência, podem provocar um estrago numa família, numa igreja, em uma empresa, na vida social. Quantas pessoas destruídas pela maledicência; esse pecado é tão grave que a Bíblia diz que é o pecado que mais a alma de Deus abomina, o pecado de jogar um irmão contra outro irmão. Tiago disse que o pecado, o pecado da língua, ele é tão devastador como um veneno letal, mortífero. Eu fico olhando a questão da nossa comunicação, e Tiago vai dizer aqui nesse capítulo 3, que a língua é destruidora; quantas tragédias por causa da maledicência, quantos relacionamentos quebrados por causa da maledicência, quantas igrejas doentes por causa da maledicência. Mas a língua é indomável, diz Tiago, o homem com a sua capacidade consegue domar as aves dos céus, os peixes do mar e os animais da terra. Mas a Bíblia diz que nenhum homem consegue dominar e do mar a sua própria língua. Benjamin Franklin disse certa feita que a fera mais temível e perigosa é aquela que se esconde atrás da toca dos dentes; a língua mata. Mas Tiago vai dizer ainda que a língua é incoerente, porque da mesma língua sai palavras de bênção e palavras de maldição; a mesma língua que adora Deus, daqui a pouco fala mal do irmão criado à semelhança de Deus. Tiago diz: será que pode sair água salgada e água doce da mesma fonte? Será que uma vide produz azeitona? Assim como isso não pode acontecer, mas a língua com a sua incoerência ao mesmo tempo tem hora que tem coisa boa, é uma fonte de água doce, daqui a pouco a fonte é de água salobra, porque a língua é incoerente.
Mas Tiago conclui este assunto sobre a língua: primeiro, a língua tem o poder de dirigir, é como freio, como leme, segundo, a língua tem o poder de destruir, é como fogo e como o veneno. Mas Tiago termina a sua fala dizendo que a língua tem o poder de deleitar: ela é como a fonte de uma árvore frutífera. A fonte é o lugar onde as pessoas cansadas e sedentas encontram um refrigério, a árvore traz frutos que alimenta, que traz delícias, sabores, os mais variados e deliciosos. Você pode usar a sua língua para ser uma fonte de vida, para ser uma árvore frutífera, que vai alimentar as pessoas e dar a elas prazer e deleite para a vida. Que privilégio você e eu temos, de usar a nossa língua para a glória de Deus, para abençoar pessoas, para encorajar pessoas, para animar os que estão abatidos, para levantar os que estão prostrados, para consolar os que estão tristes.
“Ora, a língua é um fogo; é um mundo de maldade. A língua está situada entre os membros do nosso corpo e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também ela mesma é posta em chamas pelo inferno. Pois toda espécie de animais, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano, mas a língua ninguém é capaz de domar; é mal incontido, cheio de veneno mortal. Com ela, bendizemos o Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos as pessoas, criadas à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, isso não deveria ser assim. Por acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar água doce e água amarga? Meus irmãos, será que a figueira pode produzir azeitonas ou a videira, figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce.” Tiago 3.6-12
Rev. Hernandes Dias Lopes