Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.
Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.
Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
(Apocalipse 5:1-5)

Os historiadores nos informam que o homem parece não aprender com a História, e por isso está fadado a repetir os erros da História. O historiador inglês Edward Gibbon disse que a história da humanidade é a história das guerras e das atrocidades humanas.

Alguns acham que a história, como os gregos pensavam, está dando voltas; que ela é cíclica: o que foi é o que é, e o que há de ser amanhã.
Outros olham para história com um pessimismo crônico e dizem: “a história é como um caminhão sem freio ladeira abaixo, sem rumo, sem direção”.
Outros olham para história com certo otimismo, e acham que nós, com o avanço da tecnologia, da ciência, vamos transformar o nosso planeta num paraíso construído pelas nossas próprias mãos.

Foi assim que se encerrou o século 19, e foi assim que nós entramos no século 20. Com o otimismo lá nas alturas e com o humanismo aplaudido no mundo inteiro, quando o século 20 chegou, a humanidade foi assolada por duas sangrentas guerras mundiais. Na primeira delas, mais de 30 milhões de pessoas ceifadas; na segunda, mais de 60 milhões de pessoas ceifadas, e o otimismo do homem entra em colapso.

Hoje, você olha para o mundo e percebe que avançamos. Avançamos na ciência, avançamos a tecnologia, avançamos na capacidade de deslocamento, avançamos nas técnicas de comunicação, mas nós estamos ainda mergulhados num pântano de corrupção, de violência, de maldade, de promiscuidade.

Parece que o homem perdeu o rumo: as guerras, as ideologias perniciosas, o ateísmo opressor, o comunismo que massacrou e ainda massacra nações. E, você olha para esse cenário cinzento, e diz: “Meu Deus! Eu estou com medo. Parece que a história está à deriva!”. E é nessa conjuntura que entra esta verdade magna do Cristianismo de que Deus está no trono.

Seguindo o capítulo 4, que tratou de Deus, o Soberano, no trono, agora você vê este que está sentado no trono com um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Esse é o livro da história. Quem pode desatar esses selos? Quem pode abrir este selos e dar rumo à história e conduzir a história?

E, diz a Bíblia, que um anjo forte, então levanta a sua voz e pergunta: “Quem é digno de abrir o livro e desatar-lhe os selos?” E esta pergunta é feita no céu, esta pergunta é feita na terra, esta pergunta é feita debaixo da terra. E ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, foi encontrado digno de abrir o livro de desatar-lhe os selos, nem mesmo de lê-lo, de olhar para ele. Em outras palavras: nem Miguel, nem Gabriel, nem os querubins, nem os serafins, nem os anjos, nem os santos que estão na Glória, nenhum poderoso desta terra (os reis, os príncipes, os presidentes, os juízes, os filósofos, os pensadores, os cientistas), nenhum ser humano, por mais nobre que seja, é capaz de dar curso à história. Nem debaixo da terra, nem o diabo, nem os seus anjos, nem os que já estão lançados no inferno têm capacidade e poder para conduzir a história.

Então, diz a Bíblia, que João começa a chorar. E ele chorou amargamente porque parecia que a história estava, de fato, sem rumo. Parecia que a promessa que ele tinha escutado “sobe para aqui, e eu te mostrarei as coisas que devem acontecer” (Apocalipse 4.1), estava entrando em colapso.

Nesse momento, um ancião disse para João: “Não chore, João! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e desatar-lhe os selos.” Quando João olha, ele não vê o Leão, ele vê um Cordeiro, como tendo sido morto. Este é Jesus: antes de ser o Leão, ele é o Cordeiro. Antes de ressuscitar em glória, com um corpo todo-poderoso, ele é o Cordeiro mudo que foi para o matadouro e, sem abrir a boca, derramou seu sangue por você e por mim, dando a sua vida por nós, morrendo pelos nossos pecados.

Mas a morte não pode detê-lo. Ele entrou nas entranhas da morte, arrancou aguilhão da morte, matou a morte e ressuscitou inaugurando a imortalidade. Hoje ele é o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, o Deus Todo Poderoso que pega o livro da história, que tem o poder de abrir o seu selos e de conduzir a história à sua consumação. E o final da história já está escrito: a vitória de Cristo e da sua Igreja.

Por mais que os homens persigam a Igreja, por mais que os governantes oprimam a Igreja, por mais que ideologias atéístas, materialistas, perigosas, nocivas, malignas, tentem destruir a Igreja, as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A vitória é de Cristo e da sua Igreja.

Quando o João olha para esse Cordeiro, ele tem duas características: ele tinha sete chifres bem como sete olhos.
Chifre é um símbolo de força. Quando João diz que o Cordeiro tinha sete chifres, ele quer dizer que o Cordeiro é Onipotente. Quando diz que o Cordeiro tinha sete olhos, João quer dizer que ele é Onisciente (ele tudo vê, ele tudo pode, ele tudo sabe). Ele é onisciente, ele é onipotente; ninguém pode resisti-lo; todos aqueles que se colocaram contra ele foram quebrados, viraram pó! Ninguém pode lutar contra Deus e prevalecer.

Então, diz o texto, que em virtude de Jesus, o Cordeiro de Deus, o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, estar com o livro da história em suas mãos, algumas coisas fazem sentido para nós.

Primeiro: é possível você orar, porque o texto vai dizer o seguinte: “e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes [que são os anjos, os serafins e os querubins] e os vinte e quatro anciãos [que são a Igreja] prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.” (Apocalipse 5:8). Note você que ele tem uma taça de ouro que recebe as suas orações: não tem oração desperdiçada. Toda oração que você faz a Deus em nome de Jesus Cristo, vai enchendo esta taça. Haverá um momento em que esta taça há de transbordar, e Deus virá, então, com grandes e poderosas intervenções na história, em resposta às orações dos santos.

Sendo Deus Soberano, ele resolveu agir em resposta à oração do seu povo. Não há nada mais poderoso na terra do que a oração do povo de Deus, porque a oração conecta a fraqueza humana à onipotência divina; a oração conecta o altar da Terra com o Trono do céu.

Mas, então, faz sentido também você Evangelizar. Está escrito no versículo 9 que ele “foi morto e com seu sangue comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.”

Jesus morreu na cruz uma morte vicária. Ele não apenas possibilitou a nossa salvação, mas ele nos comprou para Deus. Ele morreu pelos nossos pecados, ele morreu pela sua noiva, ele morreu pela sua Igreja, ele morreu pelas suas ovelhas, ele morreu para comprar-nos para Deus. Agora, você que foi comprado, ao ouvir o Evangelho, o Senhor tira o tampão dos ouvidos, tira o coração de pedra e dá um coração de carne, e você atende à voz do Pastor e segue o Pastor que é Jesus Cristo.

Esse Digno que foi procurado, esse Digno que é encontrado, esse Digno é adorado! Agora, faz sentido você evangelizar, porque você sabe que ele tem um povo que ele comprou com seu sangue, e que precisa ser chamado pela voz poderosa do Evangelho.

Mas agora, esse Digno é adorado. Adorado por quem?

O texto diz: “Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.” (Apocalipse 5:11,12)

A glória e o louvor só pertencem a Jesus Cristo, o nosso Senhor!

E João termina a descrição desse Cristo, desse Digno que foi procurado, encontrado e, agora é adorado. Quando chega no verso 13, João diz que os céus, a terra e tudo que há nos mares; toda criatura, todo o universo, de forma apoteótica, de forma extasiante, está clamando e cantando: “àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor a honra a glória e o domínio pelos séculos dos séculos.” E, todo o universo de forma arrebatadora está exaltando aquele que está no trono e ao Cordeiro de Deus.

Quando isso acontece, os quatro seres viventes, os anjos celestiais, ribombam em todo o universo como um “Amém” sonoro: “AMÉM!”

E toda a Igreja remida, lavada no sangue do Cordeiro, se prostra e adora àquele que está no Trono e ao Cordeiro. A história não está à Deriva; a história está nas mãos de Deus, a história está nas mãos de Jesus. Você não precisa temer o futuro, porque a história está sendo conduzida a uma consumação final, e a vitória é de Cristo e da sua Igreja.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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