Não dirás falso testemunho

Verdade

Nos últimos anos, aqui no Brasil, criamos como que “um novo projeto de lei complementar”, adicionando detalhes fora da Escritura, como uma licença para quebrar o nono mandamento. As cláusulas da lei Êxodo 20, versículo 16:

Artigo primeiro, se um político corrupto for pego fazendo alguma falcatrua, a sua imagem poderá ser difamada, os apelidos e trocadilhos com seu nome serão o carro chefe, e os memes deverão ser feitos com mais criatividade.

Artigo segundo, se o cidadão é uma figura pública, mesmo que ele não faça nada de errado aos nossos olhos, por ser sua imagem pública, ficará livre a quebra do nono mandamento.

Artigo terceiro, o compartilhamento, a exposição ao vexame, o riso e o desrespeito às autoridades ficam permitidos nos casos anteriores.

Artigo quarto, fica livre o compartilhamento, curtida, comentários de incentivo a qualquer um dos casos citados nos artigos anteriores.

Parágrafo único, se não pertencer ao meu partido de estimação, fica livre todo tipo de ataque, e mesmo que se descubra que era Fake News, não é necessário pedir perdão público.

Gostaria muito que tudo isso fosse mera ironia, mas é a pura realidade que tomou conta das nossas redes sociais, e infelizmente, inclusive das redes sociais dos evangélicos. Parece que riscamos Êxodo 20 na nossa Bíblia, e esquecemos que cuidar da imagem do próximo é uma ordem clara na Escritura.

O nono mandamento não é simplesmente uma ordem acerca de um falso testemunho em juízo, mas é uma ordem que tem implicações no trato acerca da reputação do nosso próximo. É nosso dever zelar por sua reputação, cuidar para que sua imagem não seja difamada, ou para que os seus pecados não sejam espalhados, pois ele é imagem de Deus.

Vida

A Escritura diz que Cristo, diante dos seus algozes, liberou perdão, diante da humilhação ficou calado. Pedro diz em sua carta que ele sofreu em nosso lugar, deixou o exemplo para que sigamos, não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca, pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente (1Pe 2.21-25), pois carregava sobre o madeiro o nosso pecado, para que por sua justiça fôssemos sarados (Is 53.5).

Pastor Timóteo Sales