Ora, as obras da carne são conhecidas e são: …inimizades… Gálatas 5.19-20

 

Verdade

Certa vez presenciei dois pássaros brigando ao longe e fiquei meditando o quanto a Criação sofreu com o impacto da Queda do homem. Para muitos, é apenas uma cena natural, mas para quem conhece a Escritura e os traços que a Queda trouxe, sabe bem que a inimizade, mesmo nos pássaros não é desejável, quanto mais para seres criados à imagem de Deus.

Uma das primeiras reações que a Queda trouxe foi a inimizade: inimizade com Deus, com o próximo e com a própria Criação. Assim, na natureza caída do homem, a inimizade é esperada como atitude comum. Mas o que espanta, é ver que muitos que afirmam serem cristãos vivem uma vida cultivando inimizades pelos motivos mais fúteis.

Nesta perspectiva o apóstolo Paulo traz na lista das obras da carne a inimizade. Não cabe na vida cristã o “cultivo” de inimigos. E aqui nós não estamos nos referindo às questões essenciais da fé, em que muitos se levantam como inimigos do povo de Deus e tentam derrubar aqueles que servem a Deus. Estamos falando de inimizades por motivos banais, dentro das relações comuns (família, trabalho, amizades e principalmente na igreja, que é o corpo de Cristo).

Falar sobre inimizade deve nos fazer lembrar do fruto do Espírito, que traz o real motivo desses tipos de inimizades surgirem, a falta da demonstração das características deste fruto: nestes problemas geralmente falta “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5.22).

Viver satisfazendo os desejos da carne (Gl 5.16), sem amor ao próximo (Gl 5.14), mordendo e devorando uns aos outros, só trará destruição mútua (Gl 5.15).

Vida

É por isso que diante de situações difíceis, ao invés da inimizade, aprendamos a sofrer o dano (1Co 6.7), a entregar tudo àquele que julga retamente, como fez o Senhor Jesus Cristo (1Pe 2.23). Cristo destruiu a nossa inimizade com Deus (Ef 2.16), ele derrubou a parede que nos separava de Deus (Ef 2.14), e, neste novo e vivo caminho, nós não só nos aproximamos de Deus, mas também aprendemos o caminho da restauração com o próximo, seja pelo fato de sermos membros uns dos outros, ou por entendermos a dimensão da imagem de Deus no próximo. Cristo é o motivo de deixarmos de lado as inimizades!

Pastor Timóteo Sales

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