Expiação Limitada

Verdade

Em uma sociedade que tem lutado pelo acesso universal a bens e direitos, falar sobre algo de abrangência universal, mas que beneficia a minoria, parece um discurso equivocado. Mas é exatamente o que a Escritura fala sobre a obra de expiação, pois Deus ao providenciar a obra de Redenção em Cristo, ele planejou expiar, cobrir, reconciliar consigo, somente aqueles a quem ele elegeu desde a eternidade (Ef 1.4).

Esta doutrina, resgatada nos tempos da Reforma Protestante do Século XVI, é amplamente ensinada na Escritura; e ao contrário do ensino de que “todos somos filhos de Deus”, a Escritura mostra que a adoção de Deus se dá por causa da obra de Cristo, e são tornados filhos de Deus apenas os que creem no seu nome (Jo 1.12). É aqui que fica algumas perguntas: Quem efetivamente irá crer no nome de Cristo? Quem irá ao Senhor em genuíno arrependimento para obtenção da graça salvífica?

A resposta a estas perguntas está no vasto testemunho da Escritura, de que Cristo deu sua vida para salvar apenas o seu povo dos seus pecados (Mt 1.21), e não para possibilitar salvação para toda humanidade. Ele veio dar as sua vida em resgate de muitos e não de todos (Mt 20.28), seu sangue foi derramado em favor de muitos e não de todos (Mc 14.24), ele deu a vida apenas por suas ovelhas e não por todos (Jo 10.15), para tirar os pecados de muitos e não de todos (Hb 9.28), e mesmo as profecias já apontavam para aquele que levaria sobre si o pecado de muitos (Is 53.12).

Nenhuma gota do sangue de Cristo foi derramada em vão. Ele não morreu por Judas Iscariotes, filho da perdição (Jo 17.12), e não morreu por muitos que zombarão do seu sangue até a hora da morte. A sua obra expiatória do pecado foi limitada àqueles a quem Deus escolheu desde a fundação do mundo.

Vida

Sim, Cristo não veio com uma função indefinida, mas como perfeito mediador, ele veio sabendo exatamente a extensão e eficácia da sua obra. Cada gota do sangue foi valiosa e eficiente para tirar os pecados daqueles a quem ele amou desde a eternidade. Isso não nos faz melhores do que ninguém, pelo contrário, nos mostra que merecíamos estar na mesma condição que os perdidos, e nos abre os olhos para vislumbrar o tamanho do seu amor e graça frente a pecadores indignos, imerecedores, mas expiados pelo sangue de Jesus.

Pastor Timóteo Sales