Eleição Incondicional

Verdade

O coração humano gosta muito de reconhecimento. Desde a Queda dos nossos primeiros pais, nós tentamos resolver os grandes problemas com a força do braço e queremos o reconhecimento disso.

Receber um presente sem merecer não parece estar no escopo do nosso coração orgulhoso, e falar em um presente imensurável como a salvação, tendo como ponto de partida uma escolha independente da nossa, e nosso total desmerecimento, certamente vai na contramão do nosso ego. É por isso que a doutrina bíblica resgatada pela Reforma Protestante do Século XVI, a Eleição Incondicional, é tão rejeitada como se não fosse uma doutrina amplamente vista na Escritura.

Mas quando observamos o texto de Paulo aos Romanos, podemos ver claramente que a salvação se consuma no tempo e na história conforme uma escolha divina, eterna (Ef 1.4), graciosa (Ef 2.8) e independente das obras (2Tm 1.9) e da nossa vontade, pois não depende de quem quer ou de quem corre (Rm 9.16), mas do usar de Deus a sua misericórdia.

Alguns chegam a cogitar uma escolha baseada em um conhecimento divino antecipado da fé do escolhido, mas isso daria o mérito ao pecador de uma fé que os perdidos não teve, não seria por graça, mas por mérito da fé. Assim, conforme a Escritura, conhecer tem relação com amor, relacionamento, proximidade, sendo assim, aos que “amou”, a estes predestinou (Rm 8.29), com amor eterno e independente da criatura que ainda seria criada (1Jo 4.19; Jr 31.3).

Vida

Sim, somente tendo a consciência da nossa situação de depravação, de indignidade, podemos perceber o quanto a eleição de Deus é fruto de um amor tão grande, amor independente da nossa pecaminosa vontade, é nessa perspectiva que vislumbramos tamanho amor, amor de um Deus que não viu nada de bom para nos escolher, mas que com amor eterno, nos escolheu em Cristo (Ef 1.4), em quem temos a maior prova de um verdadeiro e sublime amor, independente de quem quer ou quem corre, mas do usar Deus a sua misericórdia.

Pastor Timóteo Sales