“Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.” Lucas 16:22-26

O texto de Lucas 16, trata de uma parábola que Jesus contou, e nesta parábola Jesus menciona um rico e um pobre, muito pobre, o rico vestia-se de púrpura e linho finíssimo e regalava-se todos os dias em banquetes fartos, o pobre chamava-se Lázaro, além de mendigo estava cheio de chagas, à porta do rico desejando comer as migalhas que caiam das mesas, e os cães vinham lamber-lhe as feridas.
Talvez não haja contraste mais profundo do que este, em relação à vida, e eu quero trazer aqui o primeiro contraste, o contraste na vida, um rico demais, o outro pobre demais.
Um vestido púrpura, que era a roupa mais cara da época, só a nobreza pode usá-la, e linho finíssimo, o outro coberto de trapos. Um fazendo banquete todo dia, todo dia, todo dia, nem os ricos fazem banquete todo dia, mas aquele fazia todo dia, se regalava nesses banquetes, o outro, o mendigo, passando fome, olhando a mesa farta e desejando, não o que estava sobre a mesa, mas o que caía da mesa. O rico, talvez, cercado de amigos, de convivas, de pessoas ilustres, o mendigo rodeado de cães, talvez leprentos, a lamber-lhe as feridas, que contraste! Sabe o que significa isso? A vida não é apenas viver. Esta realidade entre o berço e a sepultura não é tudo que acontece na existência humana, não pense você que este aqui rico, cercado de riquezas, de luxo, de fartura, de glamour, de amizades, que isso é a realidade perpétua e eterna. Esse contraste vai avançar um pouco mais, já vimos o contraste na vida, vejamos agora o contraste na morte.
Diz a Bíblia que Lázaro morreu e foi escoltado pelos anjos para o seio de Abraão. Que o rico morreu e foi sepultado. Veja você que não consta na Bíblia que o Lázaro, mendigo, foi sepultado, diz que morreu. Se você conhece um pouco do contexto da época é muito provável que os cães ferozes, leprentos, tenham sido seu cortejo funerário e até mesmo a sua sepultura. Talvez você se afaste desta cena com náusea, com asco, uma tragédia indescritível. O rico, sepultado, certamente com honras, pompas, com flores, com discursos laudatórios, com a multidão a tecer-lhe os mais altos elogios, que contraste! Um foi sepultado com honra, o outro só morreu, mas não diz que nem sequer foi sepultado. Este é o contraste na morte.
Se viver não é apenas viver, morrer não é apenas morrer. Porque agora quero abordar o terceiro contraste, não apenas contraste na vida, não apenas contraste na morte, mas agora contraste na eternidade. Diz o texto, que Lázaro foi escoltado pelos anjos para o seio de Abraão, para um lugar de delícias, para o paraíso, para a bem-aventurança eterna, para o consolo da casa do Pai. Mas o rico foi sepultado, “no inferno, diz o texto, estando em tormentos vendo ao longe Abraão e Lázaro no seu seio roga, pai Abraão, manda a Lázaro que molhe o dedo em água e vem aqui refrescar a minha língua, porque estou atormentado nestas chamas”, e você percebe que aquele que viveu no luxo, no fausto, durante os poucos e rápidos dias da vida está agora no tormento, e Lázaro que vivera uma vida de infortúnios está agora no consolo, talvez você pergunte, será que a riqueza que leva para o inferno? Será que a pobreza que leva para o céu? Claro que não, é claro que não, há pobres no inferno e há ricos no céu. A palavra Lázaro já traz para nós, nesta parábola, o segredo, Lázaro significa Deus é o meu auxílio. Vivendo na pobreza, vivendo na doença, vivendo na escassez, apesar das circunstâncias adversas da vida, Lázaro pôs a sua confiança em Deus e por isso ele desfruta de uma eternidade de gozo inefável. O rico que viveu só para ele, pensando nele, cuidando dele, desfrutando dos prazeres deste mundo, talvez nunca parou para pensar no destino da sua alma, por isso está em uma condenação eterna. Eu chamo a sua atenção para esse ponto, porque talvez você que está me assistindo tem vivido os seus dias com lutas, ou talvez com grandes alegrias, mas só pensando nesta vida, no seu corpo, no seu tempo, talvez você é um daquele chamados epicureus antigos, “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”, a vida é só o aqui e o agora, cuidado, porque a morte não é apenas morrer, a morte não põe fim à sua existência, existe uma eternidade pela frente que você enfrentará ou na bem-aventurança eterna ou na condenação eterna. Eu sei que esse não é um discurso agradável os ouvidos, nem popular, nem politicamente correto, mas é melhor ouvir sobre o inferno enquanto você tem tempo de se arrepender do que ir para o inferno.
Estou lhe trazendo esta mensagem por amor a sua vida, por amor a sua alma, volte-se para Deus enquanto você pode achá-lo, invoque-o enquanto Ele está perto. Hoje é um dia oportuno, de você ser perdoado e salvo, amanhã poderá ser tarde demais. “Ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”, hoje é o dia da salvação, volte-se para Deus, entrega sua vida a Jesus, e tenha a garantia de que depois desta vida você desfrutará da bem-aventurança eterna.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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