Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor , e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido.
Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.

Salmos 1:1-6

O Salmo primeiro é o portal do saltério, o livro de Salmos é uma coletânea de cento e cinquenta poemas, dividido em cinco livros distintos: o primeiro – Salmo 1 a 41, o segundo livro – Salmo 42 aos 72, o terceiro livro – Salmos 73 a 89, quarto livro – Salmo 90 ao 106, e o quinto livro vai do Salmo 107 ao 150. O livro de Salmos foi composto num período de mais de mil anos, porque você tem os salmos de Moisés, que viveu 1.500 anos antes de Cristo, e você tem salmos pós cativeiro por volta do ano 500 a. C. Você tem salmos de louvor, salmos de lamento, salmos de penitência, salmos messiânicos. Alguém já disse com razão que a toda a Bíblia fala a nós, e os salmos além disto, fala também por nós.

Hoje eu quero me dedicar um pouco mais neste primeiro Salmo que uma espécie de prefácio dos demais salmos. Ele vai tratar deste tema magno que é a felicidade. Algumas pessoas dizem que nós não devemos buscar a felicidade, que o projeto de Deus para nós é sermos apenas santos e não felizes, mas a Bíblia diz que a felicidade é legítima e ela é absolutamente legítima porque Deus nos criou e nos salvou para a maior de todas as felicidades: a felicidade de amá-lo, de glorificá-lo, e de fruí-lo. Concordo com John Piper quando disse que o problema do homem não é a busca da felicidade, mas contentar-se com a felicidade pequena demais terrena demais limitada demais, quando Deus nos criou e nos salvou para a maior de todas as felicidades – de amá-lo, conhecê-lo, glorificá-lo. A grande pergunta: é possível você encontrar a verdadeira felicidade? Pois esse texto vai nos dar um mapa da felicidade

Primeiramente o salmista diz que você é feliz por aquilo que você evita. O versículo um diz assim: Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Chamo a sua atenção porque há três aspectos ascendentes do texto. Primeiro vamos pegar os verbos – andar, deter e se assentar. Andar é uma coisa dinâmica, deter é estacionar, assentar-se é se acomodar, ou seja, há um grau descendente aqui. Mas veja outro contraste – conselho, caminho e roda. Conselho é subjetivo, caminho é dinâmico, roda é quando você se adequa, se conforma e participa. Terceiro, olha as palavras – ímpios, pecadores escarnecedores. A palavra ímpio é aquele que não leva Deus em conta, pecadores são aqueles que conscientemente erram o alvo e escarnecedores são aqueles que não só rejeitam a verdade mas escarnecem da verdade. O que o texto está dizendo é que você só pode ser feliz quando você evita determinados valores e conceitos, quando você evita determinados lugares e determinadas companhias.

Ninguém pode ser verdadeiramente feliz seguindo conselhos errados, ideologias erradas, que vão desconstruir princípios e valores que sustentam a vida, a família, a sociedade. Ninguém é verdadeiramente feliz se vai a determinados lugares escorregadios para os seus pés, ninguém é verdadeiramente feliz andando com determinadas pessoas que andam por caminhos errados, na prática do erro. Há um ditado popular muito comum na sociedade brasileira: dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Então note isso: você primeiramente é feliz por aquilo que você evita. Você precisa tirar os seus pés das veredas tortuosas do pecado, há ambientes que não servem para você, há companhias que podem manchar sua honra, há determinadas ideias, ideologias perigosas que podem contaminar a sua mente, destruir o seu caráter e arruinar com a sua vida. Então você é feliz quando você evita isso.

Em segundo lugar, você é feliz não só por aquilo que você evita, você é feliz por aquilo que você faz. O verso 2 diz assim: Antes, o seu prazer está na lei do Senhor , e na sua lei medita de dia e de noite. Veja que no verso 1 tem um aspecto negativo do que você não faz, mas no verso dois tem o aspecto positivo daquilo que você faz. Se você vai fugir deste caminho do pecado, e ao mesmo tempo vai buscar a Palavra de Deus, a lei de Deus. Mas você não vai apenas ser alguém que usa Bíblia de forma mística, colocando a bíblia aberta lá na sua sala no Salmo 91 como se isso fosse um amuleto, você não vai usar bíblia de forma mística, como uma caixinha de promessas onde você arranca um versículo, não. Você não vai usar a Bíblia colocando o dedão para ver que Deus tem para mim, não.

A Bíblia é um livro para sua mente, para o seu coração. Ela instrui, ela exorta, ela ensina, ela corrige, ela adverte, ela consola. É preciso ler, é preciso mergulhar nesta palavra, é preciso meditar. O que significa meditar? Me permita uma singela ilustração: Você sabe que o boi tem dois estomagos. Primeiro ele come todo o capim, depois ele se deita para ruminar o que comeu, como se fosse saborear, extrair o melhor. Você precisa além de ler a Bíblia, meditar na Bíblia, você precisa degustar estas verdades, você precisa ruminar esta iguaria fina com riquezas extraordinárias. A Palavra de Deus – diz a Bíblia – restaura a alma, ilumina os olhos, dá alegria ao coração. Quando você anda de acordo com os princípios e preceitos da palavra você encontra de fato o mapa da felicidade. Por isso a Bíblia diz que bem-aventurado aquele que lê, bem aventurado aquele que ouve, bem aventurado aquele que pratica a palavra de Deus. Não basta ser ouvinte, é preciso ser um praticante da Palavra de Deus.

Mas esse texto tem uma terceira verdade: você é feliz por quem você é. Olha o verso três: Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido. Olha você o aspecto da árvore plantada. Não é uma árvore nativa, mas é uma árvore plantada, ou seja, o agricultor, o fazendeiro teve o cuidado de pensar nessa árvore e de escolher o local certo para plantar esta árvore junto a corrente de águas. Isso significa que as árvores sempre tem beleza, tem verdor. Esta árvore enfrenta o rigor dos tempos difíceis da seca, ela está sempre verde porque ela tem suas raízes plantadas junto a fonte. Esta árvore no tempo certo dá o seu fruto porque ela tem sempre nutrientes de onde ela arranca do solo as suas forças para produzir e produzir com abundância. Você que é feliz, que medita na palavra de Deus, então você é como a árvore, você é uma árvore frutífera como José, um ramo frutífero junto à fonte que estende os seus ramos além dos muros. Você será uma benção dentro da sua casa, você será uma benção lá na sua parentela, você será uma benção lá no seu trabalho, você será uma benção lá na sua igreja, você ser uma benção na sociedade.

Agora veja o contraste: o verso 4 diz: Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. Olha o contraste entre o ímpio que se banqueteia nas suas rodas com o justo que medita na palavra de Deus. Uma árvore tem solidez, já a palha não tem raiz, ela é leve, ela é levada pelo vento. A árvore produz frutos saborosos que nutrem, que alimentam, já a palha está destinada para o fogo e apaga queimada porque ela não tem valor. Veja você o que o texto vai dizer: Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. O perversos podem prevalecer aqui, eles podem subornar testemunhas, eles podem comprar juízes, eles podem alterar sentenças da Justiça, eles podem prevalecer diante dos homens, mas eles terão que prestar contas no Tribunal de Deus, e lá eles não prevalecerão.

O texto conclui assim: Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá. Quem é justo? É aquele a quem Deus declara justo, é aquele que crê em Jesus Cristo e é justificado. É aquele que ao crer no Senhor Jesus é declarado justo diante do Tribunal de Deus. A Bíblia diz: já nenhuma condenação há mais para aqueles que estão em Cristo Jesus, justificados pois mediante a fé temos paz com Deus por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Temos livre acesso a graça e temos a expectativa da glória. Se você é declarado justo no tribunal de Deus, você tem paz no passado você tem graça no presente você tem glória no futuro. Quem é você, o ímpio ou justo? Hoje mesmo você pode tomar a decisão de se render a Jesus, crer nele, e ser declarado justo diante do tribunal de Deus. Naquele grande dia do juízo você ouvirá: vinde bendito do meu Pai, entre na posse do reino que está preparado para você desde a fundação do mundo.

Rev. Hernandes Dias Lopes

 

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