Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça

Verdade

A graça comum é um bem dado aos homens para que os eleitos vivam em um mundo menos terrível, para que todas as coisas cooperem para o bem dos que amam a Deus (Rm 8.28); de forma que temos algumas pessoas com tamanha graça em algumas áreas, a ponto de termos a sensação de que são justas e batalham arduamente pela justiça, de uma forma agradável a Deus.

Mas é apenas sensação, pois o homem caído e apartado da graça de Cristo jamais alcançará um padrão de justiça agradável a Deus, muito menos um desejo de uma justiça que não conhece, a justiça de Deus. E é desse padrão de justiça que Cristo fala. É impossível ter fome e sede de justiça se não for humilde de Espírito, reconhecendo a indignidade e a própria injustiça diante da justiça de Deus; é impossível ter fome e sede de justiça se não chora suas injustiças, frutos de um coração corrompido pelo pecado e enganoso; é impossível ter fome e sede de justiça se o coração não foi regenerado.

Assim, um coração transformado por Deus, alcançado soberanamente pela graça amorosa advinda na pessoa de Cristo, certamente entenderá e reagirá com fome e sede da justiça de Deus, justiça que permeia todos os seus caminhos e todas as suas obras (Sl 145.17), justiça que não fica limitada a ações justas pontuais ou até sequenciais durante a vida; justiça que não se limita a tribunais humanos, mas justiça que expressa o caráter de Cristo, no qual novas criaturas somos.

Vida

Sim, em Cristo somos nova criação (2Co 5.17), criados para as boas obras (Ef 2.10), criados segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade (Ef 4.24); em uma justiça que se revela no evangelho e não a partir da nossa fome e sede; uma justiça que foi revelada plenamente em Cristo, na cruz, a qual nos livra da justa ira de Deus, e que nos fez abrir os olhos, nos conduzindo a uma novidade de vida; que nos faz almejar ter fome e sede de justiça, que nos faz olhar para a justiça de Deus revelada em Cristo. Uma fome e sede assim, serão saciadas, pois, em Cristo, Deus se revelou como o justo juiz.

Pastor Timóteo Sales