Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Mt 5.10-12.
Verdade Ser perseguido não parece trazer algum tipo de felicidade ou de completude. Na realidade perseguição traz consigo o estigma de tristeza, ansiedade, sufocamento, medo, e tantos sentimentos ligados à questão de justiça e paz. Mas talvez alguém questione que o motivo da perseguição é justo; pois alguém pode ser perseguido pela justiça diante de um mal cometido.
Porém, diante da bem-aventurança, o que temos de princípio bíblico é a condição inversa à injustiça praticada, é o princípio de que alguém que quer viver justa e piedosamente certamente será perseguido (2Tm 3.12); logo, ser perseguido por praticar a justiça e a verdade não é motivo de desespero ou profundo lamento, mas de gratidão diante daquele que nos concede a graça de padecer por Cristo e não somente a graça de crer nele (Fp 1.29).
É diante disso ainda que Tiago afirma que o crente precisa ter por motivo de toda alegria o passardes por várias provações (Tg 1.2), e boa parte delas naquele contexto era causada pela vivência da justiça promovida pela nova vida em Cristo. Assim, uma nova vida que reflete o caráter de Cristo necessariamente trará oposições e perseguições, e é o que Cristo afirma na bem-aventurança; aqueles que querem viver a vida de Cristo serão injuriados por um mundo que jaz no maligno (1Jo 5.19), perseguidos pelos descendentes da serpente (Gn 3.15), odiados (Mt 10.22), maltratados, assim como perseguiram os profetas.
Vida A Escritura mostra que é grato a Deus suportar com paciência as perseguições, mesmo que mais duras; mas quando a origem destas é o nome de Cristo. E isso porque fomos chamados para seguir o exemplo do próprio Cristo, que sofreu em nosso lugar, sem cometer pecados, sem revidar ultrajes ou ameaças, mas entregando tudo àquele que julga retamente, a fim de que, no madeiro, preparasse o novo e vivo caminho para que vivamos em graça, justiça e bem-aventurança diante das duras perseguições (1Pe 1.18-25).
Pastor Timóteo Sales
