Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Mateus 5.3.

 

Verdade

A soberba precede a ruína e a altivez de espírito, a queda (Pv 16.18); este princípio ensinado pela Escritura mostra uma faceta do que Cristo ensina nesta bem-aventurança. Cristo não está ensinando que os pobres terão lugar garantido no reino dos céus, nem que a pobreza espiritual seja o alvo desejado; mas o que está sendo ensinado é o reconhecimento da insignificância, pobreza e necessidade espiritual como característica de um cidadão dos céus.

Na realidade Cristo fala sobre aqueles que têm a consciência da dependência da graça de Deus, aqueles que reconhecem que não possuem em si as forças necessárias para viver em obediência e agrado total da parte de Deus, aqueles que percebem que a vida cristã não é fácil e é impossível de ser vivida com a força do braço ou qualquer força oriunda do homem.

Assim é o servo de Deus, ele não é arrogante, e não tenta, como os homens de Babel (Gn 11), construírem uma torre tentando traçar o próprio destino em detrimento da ordem de Deus (Gn 9.1); homens que tentavam arrogantemente construir não apenas uma torre, mas um nome para si, que tentavam alcançar o reino dos céus pela força do seu braço e não pela graça do Deus que redime o homem.

Portanto, Cristo mostra que o homem verdadeiramente feliz, pleno de “felicidades”, não é o que pensa ter alguma coisa, mas o que sabe que não tem nada; é o que tem em Deus a sua perfeita provisão, desde o alimento até a própria salvação e entrada no Reino dos Céus.

Vida

Essa entrada no Reino dos Céus jamais pode ser vista como uma recompensa à humildade, mas como recompensa a completa obra daquele que é rico em graça, misericórdia e perdão, Jesus Cristo. Ele é a causa da transformação operada pelo Espírito Santo nos corações; Espírito que concede a própria humildade, aplica a obra de Cristo, transforma os nossos olhos para que vejamos a nossa pequenez e total dependência dele. Somente em Cristo podemos encontrar o exemplo de humildade, humildade que o levou até à Cruz, para que o nosso novo coração vislumbrasse nossa necessidade dele, para que as portas do Reino dos Céus fossem abertas àqueles que pela graça reconhecem a carência espiritual e receberam a perfeita obra de humildade substitutiva da cruz do Calvário.

Timóteo Sales

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