Amor que trabalha

Verdade

Muitos pensam que a Escritura ao chamar amor, chama um mero sentimento do coração; que gera frio na barriga, ocupa o pensamento a todo instante e nos dá grande prazer. Tudo isso pode ocorrer, mas é apenas a superfície que pode ou não acompanhar o verdadeiro amor. A grande prova disso é que a Escritura ordena que amemos o nosso inimigo; e isso não significa que iremos sentir frio na barriga de paixão por ele, ou que pensemos nele a todo instante ou muito menos que nos dê prazer estar ao seu lado; por vezes há até o risco de vida em estar ao lado.

Assim, quando olhamos para a Escritura, amor está mais ligado a atitudes para com o próximo do que aos sentimentos que podem acompanhar as atitudes. Por isso, quando olhamos para o nosso texto, Paulo louva a Deus pelo trabalho do amor que era visto nos tessalonicenses. A palavra traduzida por “abnegação” é a palavra “trabalho”; o que mostra uma vida de labor e dedicação como prova do verdadeiro amor recebido da parte de Deus e demonstrado para com todos.

Logo, ao voltarmos os olhos para outros textos da Escritura, veremos que amor sempre implica em labor, trabalho, obra; por isso é possível amar os inimigos (Mt 5.44), pois se ele tiver fome, precisamos trabalhar o nosso amor, dando-lhe de comer (Rm 12.20). Diante disso, o verdadeiro amor é identificado não pelo que sentimos, mas pelo quanto trabalhamos na direção dele.

Vida

Devemos olhar diretamente para a expressão máxima do amor que trabalha, para o amor de Deus; ele amou o mundo de tal maneira, que seu amor não ficou na expressão do sentimento, mas ele deu o seu filho unigênito (Jo 3.16). Ele prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Portanto, tudo isso deve provocar naqueles que foram alcançados por este amor, uma resposta em amor verdadeiro, em um amor que trabalha em prol do próximo e que expressa gratidão a Deus acima de todas as coisas.

Timóteo Sales