Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
Filipenses 2:5-11
O apóstolo Paulo, o grande bandeirante do cristianismo, este arauto da fé, este desbravador do Reino de Deus. Após percorrer várias províncias do Império Romano plantando igrejas na Galácia, na Macedônia na Acáia, na Ásia Menor, agora está preso em Roma pela primeira vez (porque ele esteve duas prisões em Roma), de onde ele escreve esta carta aos Filipenses.
Esta carta é a epístola da Alegria. Mesmo na prisão e sobre algemas, Paulo está transbordando de uma alegria invisível e cheia de glória. E no texto em pauta ele fala sobre a humilhação e a exaltação de Cristo, dando este exemplo magno para sanar e resolver alguns problemas de relacionamento naquela comunidade cristã. E eu gostaria então de tratar em primeiro lugar dos degraus da humilhação de Cristo, onde ele desce da Glória, às profundezas da humilhação da Cruz.
E o texto vai nos dizer algo muito importante, no verso 6: pois ele subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Adão, sendo homem, quis ser igual a Deus. Lúcifer, sendo anjo de luz, quer ser maior que os outros anjos e ser igual a Deus. Porém, Jesus, o verbo eterno, pessoal, divino, autoexistente, sendo Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus. Ele abriu mão da sua glória. Sendo transcendente, tornou-se imanente, sendo Deus se fez homem, sendo eterno entrou no tempo, sendo o Rei da Glória, assumiu a forma de servo.
O texto prossegue no verso 7 e diz antes a si mesmo se esvaziou. Preste atenção que ele não foi esvaziado, ele se esvaziou. Ele é transcendente, ou seja, ele é maior que tudo quanto ele mesmo criou porque todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do que foi feito se fez.
Se o nosso universo, segundo os estudiosos, é tão vasto, é tão grande. Se esse universo é tão colossal, se ele tem uma extensão para nós, quase incompreensível de bilhões de anos-luz e se este é maior que tudo quanto ele mesmo criou, ele foi se esvaziando e se esvaziando. A ponto de transformar-se num zigoto, num embrião, num feto, num bebê que nasce de uma virgem enfaixada em panos, colocado num coxo de animal comer, numa manjedoura.
Ele a si mesmo se esvaziou, mas o texto diz que ele se esvaziou e assumiu a forma de servo, não uma forma aparente, teatral. Não apenas uma misura, de fato ele assumiu definitivamente a forma de servo. Ele não veio para ser servido, Ele veio para servir. Sendo ele o mestre e o Senhor, ele lavou os pés dos discípulos, ele andou por toda parte fazendo o bem, libertando os oprimidos do diabo, os cegos viram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os cochos andaram, os leprosos foram purificados, os mortos ressuscitaram. As pessoas que chegavam a ele machucadas, feridas, quebradas, ele restaurava. Ele veio para servir.
Mas o texto prossegue e diz ainda que ele também tornou-se obediente até a morte e morte de cruz. Ele não foi para aquela cruz por cometer o pecado, ele era inocente. Ele não foi para aquela cruz por um mero acidente histórico, no sentido de ter sido uma vítima do sistema religioso, no sentido de Roma mancomunada com o sinédrio judaico, tê-lo prendido, julgado, condenado. Ele não foi para aquela cruz porque fracassou diante das forças militares da época, ele não foi para aquela cruz porque Judas o traiu, porque Pedro negou, porque o sinédrio condenou por dois crimes graves: blasfêmia contra Deus e conspiração contra César. Ele não foi para aquela Cruz porque Pilatos sentenciou a pena de morte, morte de Cruz.
Ele foi para aquela Cruz como nosso Redentor voluntariamente, porque o pai também o entregou por amor. Ele foi para aquela Cruz como Rei caminha para sua coroação, porque foi lá na cruz que ele esmagou a cabeça da serpente. Foi lá na cruz que ele expôs os principados e potestades ao desprezo, foi lá na cruz que ele comprou para nós com seu sangue a eterna Redenção. Foi lá na cruz que ele pagou a nossa dívida e anulou o escrito de dívida que era contra nós. Foi lá na cruz que ele então alcança para nós a gloriosa salvação, a vida eterna.
Esses foram os degraus que ele foi descendo na sua humilhação. Mas agora observemos a sua exaltação. No verso 9 diz assim: pelo que também Deus o exaltou sobremaneira. Chamo sua atenção para o fato de que ele a si mesmo se esvaziou, mas não está escrito que ele a si mesmo se exaltou, mas está escrito: pelo que também Deus o pai o exaltou.
Não é correto a auto exaltação, mas Deus o pai o exaltou sobremaneira. E esta palavra exaltou sobremaneira é uma única palavra no grego que significa que ele foi exaltado ao grau máximo, em posição superlativa. Não há ninguém mais exaltado do que ele, colocado a destra do Deus Pai, todo-poderoso, ele está centrado no trono de onde ele governa o universo, de onde Ele dirige as nações, de onde ele controla a nossa vida.
Mas veja mais, está escrito o seguinte: ele deu o nome que está acima de todo nome, é o nome de Jesus. Para que é o nome de Jesus? Este é o nome sobre todo o nome: há poder nesse nome, há poder para perdoar pecados neste nome, há poder para curar os enfermos nesse nome, há poder para expulsar os demônios nesse nome, há poder para vencer as trevas neste nome, há poder para desbaratar todas as tramas do adversário nesse nome. Diante desse nome todos tremem no inferno, porque este é o nome sobre todo nome, o nome todo-poderoso de Jesus Cristo.
Paulo prossegue e diz assim: para que o nome de Jesus se dobre. Todo o joelho nos céus, na terra, e debaixo da terra. Em outras palavras, anjos, homens, demônios, precisam se curvar diante desse nome, aqueles que hoje não fazem voluntariamente, terão que fazê-lo necessariamente no grande dia do juízo. Até o diabo terá que confessar que Jesus Cristo é o Senhor, até os demônios vão ter que confessar que Jesus Cristo é o Senhor, até os homens ateus vão ter que confessar que Jesus Cristo é o Senhor, até os satanistas vão ter que confessar que Jesus Cristo é o Senhor.
Não haverá nenhum ser no céu, na terra e no inferno que seja dispensado desta declaração pública de que Jesus Cristo é Senhor. E vão ter que se prostrar e vão ter que se ajoelhar diante dele: Reis, Príncipes, vão ter que se ajoelhar. Filósofos, sociólogos, antropólogos, vão ter que se prostrar. Religiosos vão ter que se prostrar, satanistas vão ter que se prostrar, vão ter que se ajoelhar diante dele. E diz o texto que toda a língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Há muitos senhores hoje, há muitos deuses pagãos hoje, há muitos homens que acham que estão revestidos de poder e autoridade. Mas tudo isso vai cair por terra e há apenas um nome que será exaltado, diante de quem todo joelho vai se dobrar, diante de quem toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor.
Ele é o Senhor, ele é o rei dos reis, ele é o Senhor dos Senhores. Ele está sentado no trono, ele tem as rédeas da história em suas mãos, ele está conduzindo a história a sua consumação. Ele é o todo-poderoso Deus, ele é a única esperança para você e para mim. Ele é o único nome que pode trazer salvação e vida eterna para nós. Ele é o único nome que pode trazer esperança para nós, porque ele é a nossa paz, ele é a nossa alegria, ele é a nossa esperança, ele é a nossa vida, ele é a nossa justiça, ele é a nossa recompensa, ele a nossa herança.
Mas Paulo conclui dizendo: E toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor para glória de Deus Pai. Jesus foi enviado pelo pai, Jesus viveu em sintonia com o pai, Jesus era e é o prazer do pai, Jesus veio para fazer a vontade do pai, Jesus concluiu a obra que o pai lhe confiou, Jesus voltou para o céu e foi entronizado pelo pai, a sua direita e Majestade. O pai o enviará segunda vez para buscar a sua igreja, para julgar as nações e então ao fim, na consumação de todas as coisas, Jesus devolverá toda a glória ao pai.
Que verdade bendita!
Que verdade preciosa!
O mundo não está deriva, a história não está sem rumo. Por mais estranho que possa parecer as circunstâncias a nossa volta, por mais dolorosa que seja realidade Mundial, saiba disso: o Senhor Deus não perdeu o controle da história. A história é teleológica, ela caminha para um Telos, para um fim para uma consumação e a vitória é de Cristo e da sua igreja. Ao fim, o próprio Deus Pai receberá toda a honra, toda glória, e todo louvor.
Encerrarei som o texto sublime de Apocalipse 5.13: Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.
Rev. Hernandes Dias LOpes