Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si. Gênesis 5:24

 

Verdade

No meio de um deserto, um sol causticante, após gerações e gerações de servidão no Egito, mesmo em meio a libertação, às 10 pragas, à abertura do mar vermelho, ao maná, o povo de Deus foi tentado a abandonar a fé, a voltar ao Egito, o povo resgatado da escravidão começou a lembrar-se dos peixes que comiam no Egito, dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas (Nm 11.5).

E sem entender o caráter real do que é ser filho de Deus, muitos apenas foram beneficiados com o livramento, mas continuaram a agir como escravos, não mais do Egito, mas escravos do pecado, das suas ímpias paixões, das sugestões de Satanás; tendo como merecida recompensa a morte, a solidão e o desespero de uma vida distante de Deus.

Neste contexto de deserto, de jornada para terra prometida, Moisés escreve o livro de Gênesis, e inspirado por Deus mostra que mesmo diante da queda, da crise, das dificuldades, há uma diferença marcante entre aqueles que servem a Deus e os que não servem, entre aqueles que são descendentes da serpente e os que são descendentes da mulher, entre os filhos dos homens e os filhos de Deus.

E traçando esta diferença, Moisés relata a descendência de Caim, assassino, apóstata, errante, como uma descendência que gerou frutos de vingança, de insubmissão à vontade de Deus, revelando a realidade dos filhos dos homens: rebelião.

Mas Moisés relata também a descendência da mulher em contraste com os filhos de Caim; são estes os filhos de Sete, povo pelo qual a chama do avivamento brilhou e a invocação ao Deus da aliança foi restaurada (Gn. 5.25-26), mostrando que mesmo em meio ao deserto, a crise, a fuga, às intempéries de um deserto causticante, os filhos de Deus carregam marcas mesmo estando em um mundo caído.

Vida

É nessa perspectiva que percebemos a linhagem do redentor sendo traçada. Pois, mesmo com a morte do justo Abel, Enos, filho de Sete, começou a invocar o nome do Senhor; Enoque, andou com Deus a ponto de Deus o tomar para si; e Noé surge como aquele que traz consolo diante de um mundo amaldiçoado por causa do pecado. É nesta genealogia que temos 2 nomes que não são citados na genealogia como os demais que morrem: Enoque e Noé. O texto escrito figurava que o descendente final deles, Jesus Cristo, a própria vida, traria a vida, pondo fim à genealogia da morte. Eis que tragada foi a morte pela sua vitória (1Co 15.53-58).

Pastor Timóteo Sales

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