Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (Efésios 6:10-13)

O apóstolo Paulo, o grande bandeirante do Cristianismo, o grande desbravador do Reino de Deus, aquele que foi, certamente, o maior plantador de igrejas da história do Cristianismo, está preso em Roma. E é desta prisão que ele escreve a carta aos Efésios para tratar da gloriosa doutrina da Igreja, mostrando que ela foi escolhida na eternidade, foi chamada no tempo. A Igreja, composta de todos aqueles que creem no Senhor Jesus, quer judeus, quer gentios.

Paulo anuncia o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e mostra que este evangelho produz transformação, mudança, e como isso vai reverberar na família, no trabalho. Mas, agora, o apóstolo Paulo encerra esta epístola, que é chamada de “a rainha das cartas de Paulo”, tratando de guerra espiritual.

Certamente nós não vivemos num mundo blindado, numa colônia de férias, num parque de diversões. Vivemos num mundo que está posto no maligno. Vivemos uma realidade de guerra; não humana, não física, mas uma guerra espiritual. As guerras e rumores de guerras que temos visto entre pessoas, entre famílias, entre nações, são apenas reflexos desta guerra maior que acontece nas regiões celestes: a guerra espiritual.

A primeira coisa que eu chamo a sua atenção é contra quem não é essa guerra. Paulo vai dizer no versículo 12 que a nossa luta, a nossa guerra, a nossa batalha não é contra carne e sangue; não é contra pessoas. Muitas disputas, muitas brigas, muitas contendas, muitas desavenças ocorrem porque nós não entendemos esse princípio; estamos lutando contra pessoas, machucando pessoas, falando mal das pessoas, agredindo e até matando pessoas, mas nós não resolvemos o problema, porque levantar-se-ão outras, e essa guerra jamais terá fim.

Por isso, o seu problema não é seu marido, não é sua mulher, não é seu sogro, não é sua sogra, não é seu vizinho, não é seu concorrente; o problema é espiritual; a luta é espiritual e nós precisamos de armas não carnais, mas armas espirituais, poderosas em Deus para anular sofismas e destruir fortalezas.

A segunda coisa que é muito importante enfatizar é contra quem é esta luta. O versículo de número 11 diz que nós precisamos ficar firmes contra as ciladas do diabo. O diabo não é uma lenda, não é um mito, não foi criado para espantar aqueles que não têm capacidade de lógica e raciocínio. O diabo é um anjo caído, ele é real, ele é perverso, ele é maligno, ele é assassino, ele é mentiroso, ele é tentador, ele é o leão que ruge, ele é a Antiga Serpente.

O diabo veio para roubar, matar e destruir, e nós precisamos perceber que ele tem armadilhas, ciladas. A palavra grega metodéia retrata para nós os diversos métodos, estratagemas que ele usa para oprimir, para escravizar, para destruir e para matar as pessoas.

Mas ainda, o apóstolo Paulo vai nos mostrar que, embora o Diabo não seja onipotente, onipresente, onisciente, e que não tenha os atributos exclusivos de Deus, ele é acompanhado de uma corja. Com a queda de Lúcifer, anjos também caíram e eles são demônios que têm estratificação de poder, que têm uma estrutura da ordem da desordem. Paulo vai dizer no versículo 12: “a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados, potestades, dominadores deste mundo tenebroso, forças espirituais do mal”.

Então, este reino das trevas está estruturado numa organização e estratificação de poder. Toda essa estrutura maligna está agindo sem pausa, sem descanso, 24 horas por dia, para nos atingir, para nos ferir, para nos afastar de Deus, para nos jogar uns contra os outros, para trazer desastres na vida, na família, na sociedade, entre as nações.

Se nós não nos apercebemos disso, nós vamos fazer o jogo do diabo; nós vamos cair nas suas armadilhas, nas suas peias, no seu cipoal. Quantas pessoas estão como marionetes nas mãos do inimigo, fazendo a vontade dele, obedecendo-o cegamente, se autodestruindo e destruindo as pessoas ao seu redor!

Quando você olha a cultura decadente, a grande mídia, a imprensa, as leis, as escolas, os parques de lazer; quando você olha toda a estrutura da sociedade que poderia ser saudável, benéfica; quando você vê a violência campeando, quando você vê a iniquidade prosperando; quando você percebe os homens se autodestruindo nas drogas, na bebedeira, na criminalidade, você percebe que há também uma força maligna por trás de toda esta agenda perversa que vem roubando, matando e destruindo as pessoas. Nós precisamos nos acautelar para não fazermos parte deste esquema, mas entendermos que estamos em guerra; guerra espiritual.

Este inimigo não é apenas maligno, mas é também sujo, porque o verso 12 diz acerca dos dominadores deste mundo tenebroso. Quando você vai dragar os porões da sociedade e ver a violência, a maledicência, a promiscuidade sexual, a destruição dos valores; quando você vai perceber toda esta agenda às avessas, onde se promove o mal e se escarnece da virtude, onde os valores não só estão invertidos, mas há uma espécie de incentivo a tudo aquilo que é contrário ao bom senso, à boa moralidade, você percebe que por trás, existem sim, agentes malignos impulsionando essa agenda. Então, precisamos nos acautelar.

Agora você pode perguntar: –Como é que nós vamos enfrentar essa guerra? De cara limpa? Na força do braço? Com a mera capacidade humana? E a resposta é um sonoro: –Não!

Por isso, o apóstolo Paulo vai dizer o seguinte: “quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.” Nós não enfrentamos essa luta de cara limpa. Nós não temos condições de resistir a esta avalanche que vem contra nós na força do braço. Precisamos de revestimento de poder; precisamos do poder do Senhor Jesus Cristo; precisamos do revestimento do poder do Espírito Santo. Sem este poder nós fracassaremos; seremos fragorosamente derrotados. Mas, se tivermos sobre a nossa vida o poder de Deus, nós resistiremos todo mal.

A Bíblia diz que nós devemos temer a Deus, resistir ao diabo, e ele fugirá de nós. Precisamos não apenas deste poder, mas ainda, o texto de Efésios 6 mostra que precisamos ser revestidos com toda armadura de Deus. Precisamos de capacete; precisamos cobrir o nosso corpo com o escudo da fé; precisamos dos calçados da preparação do evangelho da paz; precisamos em nossa mão a espada do Espírito, essa espada que defende e combate; precisamos de toda esta armadura para que, quando os dardos inflamados do maligno forem lançados contra nós, nós possamos resistir e apagar esses dados e ficarmos protegidos para termos a nossa garantia de plena vitória.

Eu quero concluir dizendo para você que a nossa vitória já foi conquistada na cruz do Calvário. Jesus Cristo, o mais valente, entrou na casa do valente, tirou a armadura dele, em que ele confiava, e agora, o inimigo não tem mais armadura. Mas, você e eu, que estamos em Cristo, somos revestidos com toda a armadura de Deus e podemos ter consagradora vitória, porque já somos mais do que vencedores em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Você não foi chamado para ser um derrotado; você já é mais do que vencedor em Cristo Jesus, nosso Senhor.

 

Rev. Hernandes Dias Lopes

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