O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil.
Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo, que estava em Jerusalém, para que neles bebessem o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas.
Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra.
Daniel 5:1-4
A Bíblia fala da grande Babilônia, o Poderoso Império governado por Nabucodonosor, o homem que conquistou terras, ajuntou fortunas e tornou-se poderosíssimo na Terra. Seu coração se exaltou e Deus o tirou do Trono e o fez conviver com os animais no campo até que ele se humilhou debaixo da Poderosa mão de Deus.
Seu filho Belsazar começa a reinar, mas não aprendeu a lição, e diz a bíblia que num dado momento ele dá uma grande festa e convida mil pessoas da mais alta nobreza do império babilônico, juntamente com as suas mulheres concubinas. E rendeu-se a bebedeira, naquela noite. Lá pelas tantas, não satisfeito com toda aquela festa e bebedeira com seus ilustres convivas, ele manda trazer os vasos do Templo de Jerusalém que haviam sido levados para Babilônia. E então ele, os seus convidados, suas mulheres e concubinas beberam vinho nos vasos consagrados do Templo de Jerusalém e deram glórias aos seus deuses de madeira de prata e de ouro, blasfemando e profanando as coisas sagradas.
Neste momento, diz a bíblia, que aparece uma mão misteriosa escrevendo na parede do palácio palavras misteriosas, e nesse momento Belsazar entra em pânico, ele ficou completamente alarmado, seus joelhos trôpegos batiam nos outros, e ele desesperado manda chamar os magos, os caldeus, os feiticeiros, os sábios da Babilônia, para interpretar aquelas palavras misteriosas que estavam sendo escritas na parede. Nenhum dos magos da Babilônia conseguiu decifrar aquelas palavras misteriosas.
Quando entra a mãe do Rei, nesta sala de banquete, e informa o rei de que havia um israelita, judeu, um cativo que viera de Israel a quem Deus havia dado a sabedoria da interpretação de sonhos e visões. E então Daniel é trazido à sala do banquete e o rei teste a ele grandes elogios prometendo-lhe benefícios como roupas de púrpura, cadeias de ouro, e o terceiro lugar no reino. E Daniel respondeu: fica os teus presentes para ti e dê a outrem, mas eu vou interpretar esta visão. Então Daniel diz que a visão tinha a ver com palavras com significados: Mene , Mene , Tequel e Parsim. E a ideia do texto é: contado foi o teu reino, pesado na balança, e dado a outro reino.
Na verdade, o rei Belsazar, que achava que estava no controle da situação, estava sendo pesado na balança de Deus, e mais, ele foi achado em falta, e mais, Deus estava colocando ali um ponto final no poderosíssimo Império da Babilônia. E naquela mesma noite o rei Belsazar seria morto e Dario entraria na poderosa Babilônia, e dominaria o Império Babilônico instaurando um novo reino naquela região – o reino Medo Persa.
Este episódio traz para nós algumas solenes lições: primeiro, é preciso ter muito cuidado com a soberba, com arrogância, com altivez de coração. Todos aqueles que se exaltam serão humilhados, Deus resiste ao Soberbo. A segunda coisa é a profanação das coisas sagradas. Quando os vasos do Templo de Jerusalém foram levados para aquele banquete de festa carnal de sensualidade, e foram usados para se beber vinho e ainda dar glórias aos deuses de ouro, de prata, de madeira, os ídolos da Babilônia, ali estava se profanando objetos sagrados, vasos do templo, consagrados ao culto ao Deus único vivo e verdadeiro. E a Bíblia diz que de Deus não se zomba, porque aquilo que o homem semear isso ele também ceifará.
Nós estamos nesta semana numa festa popular, a maior festa popular do Brasil, uma das maiores festas da cultura brasileira conhecida no mundo todo. Turistas do mundo todo vem para cá, as ruas, as avenidas, as passarelas, ficam cheias de carnavalescos, trios elétricos, com termos os mais variados explorando, seja cultura, seja religião, seja quaisquer outros aspectos da cultura brasileira.
O que nós temos visto infelizmente no carnaval brasileiro também é a profanação das coisas sagradas. Temos isso nas ruas, tantas vezes, Cristo, o filho de Deus, sendo escarnecido, zombado, vilipendiado. Temos visto objetos sagrados sendo usados como profanação e é importante dizer que mesmo que a sociedade aceite ou até aplauda essas atitudes, mesmo que as autoridades constituídas não tomem nenhuma medida para regular, orientar, estabelecer limites para essas práticas, é importante afirmar que de Deus não se zomba, porque aquilo que o homem semear isso ele também ceifará.
Temos visto que o carnaval brasileiro, patrocinado por verbas públicas (o que no nosso entendimento não deveria ser uma prática, porque as verbas públicas não são para patrocinar festas nem deste, nem daquele outro segmento da sociedade), tem se tornado a festa dos excessos: excesso de sensualidade, quando as pessoas saem as ruas nuas ou semi nuas. A festa dos excessos da embriaguez, onde pessoas se embriagam ao extremo. A festa do excesso da promiscuidade, onde a prática sexual às vezes acontece na rua, ao ar livre, diante dos olhares da multidão que passa e que vai. A festa dos excessos do consumo de drogas, onde tantas pessoas se iniciam nesta prática ou tantas outras dão vazão, chegando tantas vezes até mesmo à overdose, ceifando a própria vida. A festa dos excessos, da infidelidade, quando tantos casamentos são arruinados, quando tantas famílias saem arranhadas, machucadas, quebradas, divididas. Uma festa que tem um saldo moral espiritual com grande déficit para nação.
É claro que as pessoas ou talvez a maioria das pessoas que entram numa passarela, ou corre atrás de um trio elétrico pelas ruas, ou dançam e pulam e se vestem com máscaras, ou sumariamente, ou até sem roupa nenhuma, naquele momento está apenas pensando em curtir a vida em aproveitar todas as taças dos prazeres. Vem depois uma Quarta-Feira de Cinzas e aparece que confessa ali um pecado liturgicamente ou cerimonialmente, tem ali uma experiência de arrependimento, passa cinza na testa, mas já está programando o próximo carnaval, do próximo ano e a vida continua marcada pelo pecado, pela infidelidade, pela profanação do Sagrado, pela prática de tudo aquilo que é excesso, que rompe as fronteiras do bom senso e da conduta.
Assim como a festa de Belsazar terminou em morte no fim de um império, é preciso dizer que o pecado é o opróbrio das nações. Não se constrói uma grande nação com festas carnais, com a prática irrestrita e irresponsável tantas vezes, da sexualidade, da bebedeira, da profanação das coisas sagradas.
Os estudiosos dizem que o grande império romano só caiu nas mãos dos bárbaros porque já estava podre por dentro. A Babilônia caiu numa noite de bebedeira, Deus mesmo entregou a Babilônia nas mãos de um outro império (Medo Persa), mas essa verdade vale para uma nação, essa verdade vale para você, vale para mim vale, para nós conquanto seres humanos.
Como é que nós estamos lidando com a nossa liberdade? Como é que nós estamos lidando com os privilégios que temos? É possível se alegrar? É claro. É possível ter uma festa verdadeira? É claro. A Bíblia diz que a alegria do Senhor é a nossa força. A Bíblia diz que é na presença do Senhor que tem plenitude e alegria e é na sua destra que tem delícias perpetuamente.
Você não precisa beber, você não precisa se drogar, você não precisa entrar numa vida promíscua pra ser feliz. Não, não, não. Esta alegria é temporária, é passageira, é fugaz, ela não é permanente. Ela traz culpa, traz dor, traz pesar, traz sofrimento, mas a alegria que Deus oferece é um banquete permanente, é a felicidade plena, é a alegria da salvação em Cristo Jesus.
Rev. Hernandes Dias Lopes