Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?
Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.
Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado.
João 5:6-9
Era uma festa em Jerusalém, e Jesus vai para esta festa. As multidões celebram e festejam, entretanto, Jesus deixa os festejos, as alegrias múltiplas desta festa, para ir ao tanque de Betesda (que significa Casa de Misericórdia). Nesse local, diz a Escritura que havia uma multidão de enfermos: cegos, cochos, paralíticos, em cinco pavilhões, e no meio havia uma espécie de tanque onde havia uma crença dos enfermos ali, que periodicamente descia um anjo e agitava a água e o primeiro que pulasse nesta piscina, nesse tanque, era curado de qualquer doença que tivesse.
É claro que esses enfermos que estão ali não eram enfermos como temos hoje na maioria dos nossos hospitais – pessoas que entram, são tratadas, curadas e retornam para sua casa, porque o texto nos informa que ali havia uma multidão de enfermos cegos, cochos e paralíticos. Em outras palavras, problemas que a medicina não tinha resposta e ainda não tem. Doentes incuráveis, problemas insolúveis, insanáveis. Gente estava ali com a esperança morta, achatadas pelo sofrimento, pela dor, pela angústia, pelo desprezo. E diz a Bíblia que Jesus vai e percorre esses pavilhões e ele identifica um homem, talvez a maquete do sofrimento, talvez o espectro da dor, o cenário mais assombroso da desesperança humana.
Diz o texto: sabendo Jesus que ele estava assim há 38 anos. Isso é um fato muito relevante a ser destacado, porque Jesus tem conhecimento de tudo e de todos, nada escapa o seu saber, portanto Jesus não só vê o problema daquele homem rendido à doença lançado numa maca talvez rota, fedida, há tanto tempo. Jesus sabia exatamente quanto tempo ele estava sofrendo, as causas do seu sofrimento, porque o texto prossegue e no verso 14 diz que o passado daquele homem foi a causa da sua paralisia do presente.
Então preciso lhe dizer que Jesus sabe quem é você, sabe de onde você veio, sabe como você está. Sabe as dores que açoitam o seu coração, os vendavais que fuzilam a sua alma, ele sabe exatamente qual é o seu diagnóstico, muito melhor do que você mesmo sabe a seu respeito.
Jesus então, diante do conhecimento pleno, absoluto, diante da sua onisciência, Jesus faz para este homem uma pergunta maravilhosa: você quer ser curado?
Esta é uma pergunta emblemática, porque você pode até pensar como um enfermo, doente, não gostaria de ser curado? É muito óbvia essa pergunta, é óbvio, ululante diríamos nós. Mas por que Jesus faz essa pergunta, você quer ser curado? Há muitas pessoas que se acomodaram com a doença. Há muitas pessoas que não acreditam que o seu quadro, por mais assombroso, possa ser revertido. Há pessoas que creem nesse determinismo cego da crença e filosofia de Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim, eu vou morrer assim”. Não há janela de escape, não há porta de saída.
Talvez você está também com esperança morta e Jesus está perguntando a você: você quer ser curado? Jesus não pergunta para aquele homem quanto tempo você está sofrendo, Jesus não pergunta para ele qual é a causa do seu sofrimento, Jesus não pergunta para ele se ele tem condições de ajudar a si mesmo ou se outras pessoas já tentaram ajudá-lo. Jesus só faz uma pergunta: você quer ser curado?
É a pergunta que eu lhe faço também neste momento: eu não sei qual é exatamente a luta que você vive, o drama que você passa, eu não sei exatamente quais são os horrores que assustam a sua alma. Eu não sei quais são os cipós da vida, as algemas invisíveis que prendem você, que amarram você, que tornam você é uma pessoa escrava do medo. Mas Jesus está hoje perguntando: você quer ser curado? Você quer ser curado?
Diante desta pergunta maravilhosa, Jesus escuta uma resposta confusa, porque quando você faz uma pergunta objetiva você espera uma resposta objetiva e a resposta daquele homem deveria ser: sim, eu quero ser curado, ou, não eu não quero ser curado. Mas ele não responde nem sim, nem não. Ele responde: eu não tenho ninguém, quando a água é agitada desce outro antes de mim, eu sempre fico na fila a minha esperança esbarra-se na impossibilidade intransponível que eu tenho de me locomover. Eu estou fadado a morrer neste lugar sem qualquer esperança de cura, de libertação, de voltar a minha vida.
Esse homem não nasceu paralítico, ele ficou paralítico e já estava assim há 38 anos. Quando este homem dá essa resposta evasiva, confusa, ele sabe mostrando que ele tinha um drama maior do que a própria paralisia. Ele era um ser abandonado, esquecido, talvez uma sucata humana, talvez um aborto vivo, talvez ele sentisse dentro dele, esse sentimento de monturo, de ser jogado na lateral da vida sem qualquer perspectiva de futuro.
Talvez você que está agora me ouvindo se sinta assim: desprezado, abandonado, esquecido, marginalizado, sem chance, sem oportunidade, ninguém te vê, ninguém olha a sua condição, a sua situação e você está à deriva, rendido ou entregue a sua própria sorte.
Diante desse fato, diz o texto que Jesus dá para esse homem uma ordem maravilhosa: levanta-te, toma o teu leito e anda. É curioso isso, porque parece que se a primeira pergunta de Jesus era óbvia demais: queres ser curado, agora sua ordem é absurda demais, porque tudo que um homem deseja fazer na vida, um paralítico, é andar, e é tudo que ele não consegue fazer.
Mandar um paralítico andar é uma ordem ineficaz, ele não consegue andar, como um cego não consegue ver, como surdo não consegue ouvir, como um morto não consegue viver, mas é maravilhoso que quem dá ordem dá o poder para que a ordem se cumpra.
Jesus certa feita, lá em Cafarnaum, estava na Sinagoga e entrou um homem, diz a Bíblia, com a mão direita (a mão destra), ressequida.
Jesus olha para aquele homem e diz: fica de pé, depois Jesus diz: vem para o meio. Depois Jesus diz: estenda a tua mão. E aquele homem cuja mão, cujo braço direito estava seco, estendeu a mão e a mão foi recuperada na hora. Certa feita chegou para Jesus um leproso, tomado de lepra, com seu corpo carcomido pela doença, apodrecendo vivo, e se prostra diante de Jesus e diz: se tu quiseres, tu podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido dele, tocou e disse quero, fica limpo. Imediatamente o homem ficou limpo.
Jesus chegou na beira da Sepultura de Lázaro. Lázaro estava morto e sepultada há quatro dias, já cheirando mal. E Jesus grita: Lázaro, vem para fora! E o morto escutou a sua voz. A morte largou as suas garras de Lázaro e ele ressurge, e ele ressuscita. Porque quem dá ordem, dá o poder para que a ordem se cumpra. Você não consegue livrar a você mesmo, você não consegue purificar a você mesmo, você não consegue perdoar a você mesmo, você não consegue se levantar com as suas próprias forças. Mas Jesus está dizendo hoje para você: levante-se! Ele quem vai levantar você, ele quem vai dar poder para você se erguer, ele quem vai perdoar, ele quem vai restaurar, ele que vai fazer tudo novo na sua vida. Levante-se! E diz a bíblia que diante desta ordem maravilhosa há um resultado maravilhoso porque imediatamente o homem se levantou e pôs se andar.
Hoje Jesus é poderoso para libertar você, para perdoar, para curar, para restaurar, para fazer tudo novo na sua vida. Não importa o drama que você esteja vivendo, o pecado que tenazmente a sediou você, as correntes do mal, do vício, das mazelas da vida, que prenderam você com as suas garras possantes. O libertador chegou! O salvador chegou! Aquele que tem todo o poder e toda autoridade nos céus e na terra está aqui para curar você, para levantar você, para restaurar você, para fazer tudo novo na sua história e na sua vida.
Hoje você pode tomar a decisão mais importante da sua história. Talvez você esteja no seu tanque de Betesda, talvez ao seu redor você vê muita gente machucada pela vida, ferida, doente. Por vezes você escuta que alguém foi liberto e você passa ano, décadas e ainda se mantém prisioneiro. Talvez a sua esperança esteja achatada, esmagada, talvez a sua esperança esteja morta, mas Jesus chegou e chegou na sua vida para fazer um grande milagre na sua vida, para restaurar sua sorte, para dar a você salvação, vida eterna. Para dar a você este presente que dinheiro não compra, que obras não merecem. É de graça: a salvação, o perdão, a vida eterna.
Rev. Hernandes Dias Lopes