Não matarás. Êxodo 20.13

 

Verdade

Nós somos muito limitados quando pensamos no 6º mandamento. Geralmente pensamos em armas e dolo. Mas o mandamento é muito mais complexo do que o tirar a vida. E um fato muito curioso, é que até os abortistas pensam estarem guardando este mandamento. Sim, a grande maioria dos abortistas tem em mente um princípio de defesa da vida da mãe quando defende a morte do bebê, mas o princípio está em bases equivocadas.

O sexto mandamento fala sobre o dever que temos de preservar a vida. Este princípio é vigente desde a Criação, quando Deus ordenou que o homem fosse fecundo e multiplicasse (Gn 1.28); esta ordem implicava na defesa e promoção da vida, que permeia desde a proteção contra danos menores à vida, danos maiores como a morte, ou ainda, a promoção do bem-estar do próximo.
Mas, está no princípio da promoção do bem onde reside o equívoco de muitos abortistas, pois mesmo a promoção do bem sendo uma faceta da obrigação do sexto mandamento, esta promoção não pode estar acima da promoção da vida propriamente dita.

Assim, a mentalidade de um cristão, que conhece a lei divina, é diferente; pois mesmo carregando as marcas da Queda, o cristão tem em si a “divina semente” (1Jo 3.9), o que marca permanentemente as suas decisões. A Escritura fala que somos nova criação (2Co 5.17), fala da imagem de Deus em nós, recriada em Cristo (Ef 2.10), e isso nos diferencia, não como melhores inerentemente, mas como alvos dessa graça divina.

Diante disso, uma das perspectivas que devemos considerar no caso do aborto, é a de que, mesmo sendo de suma importância, o bem-estar não pode exceder o valor da vida. Não podemos, nem estamos dualizando o debate, e menosprezando o sofrimento de uma mulher que por vezes é agredida e engravidada forçadamente; mas estamos mostrando que nestes casos, o valor de uma vida vai além do grande e penoso sofrimento dela.

Vida

Por isso, nosso parâmetro sempre é a glória de Cristo, aquele que restaura a nossa imagem e visão. Por isso, entre o sofrimento da mãe e a morte do filho, escolhemos, tristes com ela, uma escolha dolorosa: o sofrimento da mãe; pois em sua barriga não está um mero sofrimento, está alguém à imagem de Deus. Que o olhar de Cristo em nós não seja ofuscado pelas mazelas da queda!

Pastor Timóteo Sales

Recent Posts