Não adulterarás – parte 2

Verdade

Isso foi da boca para fora! Essa é uma afirmação comum entre as pessoas, para justificar algo de ruim que falou. Mas temos repetido que a Escritura deixa claro não existir nada simplesmente da boca para fora.

A Bíblia fala sobre guardar o coração como origem das fontes da vida (Pv 4.23); aborda a confissão de fé como proveniente do coração (Rm 10.10); mostra como o coração do sábio guia seus lábios (Pv 16.23); o falar como procedente do coração (Mt 15.18); ou ainda, palavras de bem ou de mal sendo tiradas do coração (Lc 6.45).

Sendo assim, mesmo que aquilo que falamos não reflita tudo o que sentimos, a verdadeira conotação e profundidade do que falamos está arraigada no coração. É por isso que alguém a viver cometendo adultérios, seja ele com o corpo ou com a mente, precisa rogar ao Senhor que sonde o seu coração (Sl 139).

O pecado não é algo superficial que dá para tirar como numa pintura de uma parede da casa manchada ou rabiscada por uma criança. O pecado se assemelharia mais a uma casa condenada à ruína e ao desabamento, e somente uma renovação completa da estrutura pode sanar o problema.

É por isso que pensar que a aparência externa e que as palavras ditas são da boca para fora, é um desconhecimento total do que é o coração humano e a profundidade do pecado. A Escritura deixa muito claro que todo tipo de malícia provém do coração, e com o adultério não é diferente.

Na realidade, o coração, como uma grande fábrica de ídolos, pode estar cultivando este pecado como centro, e a menos que seja feita uma reforma radical (Mt 5.27-30), a luta contra este pecado será na verdade uma série de derrotas.

Vida

Não é possível vencer estando desligado da videira verdadeira, que é Cristo (Jo 15.1). Talvez o desconhecimento da profundidade do problema, nos leve a soluções superficiais; é por isso que a Escritura aponta para uma solução profunda, feita pelo Espírito Santo em nosso coração (Sl 51.10), algo que só é possível por causa da consumação da obra de Cristo. Olhar para a profundidade da obra de Cristo torna diferente o nosso olhar para os prazeres do mundo.

Pastor Timóteo Sales