No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. João 1:1-5

Alguns estudiosos consideram o Evangelho de João a obra literária mais importante da História da Literatura Mundial, e eu creio que isto é um fato. Nenhuma obra jamais foi tão traduzida para outros idiomas e tão largamente distribuída como o Evangelho de João, já passam de 4 bilhões de exemplares. Este evangelho foi escrito no final do primeiro século, quando os demais Evangelhos chamados sinóticos – Mateus, Marcos e Lucas – já circulavam nas igrejas há mais de 20 anos. Este evangelho foi escrito quando os demais apóstolos já estavam mortos e todos mortos pelo viés do martírio.

João escreveu este evangelho para defender a fé cristã de um ataque frontal de uma heresia perigosa chamada de gnosticismo, uma espécie de concubinato entre a fé judaica e a filosofia grega. Vocês bem sabem que os romanos dominaram o mundo, mas não subjugaram as ideias gregas. O pensamento grego continuou prevalecendo, e uma das teses principais dos gregos era o chamado dualismo. Para os gregos a matéria era essencialmente má e o espírito era essencialmente bom, dessa maneira, os gregos negavam verdades essenciais da fé cristã como a criação, a encarnação e a ressurreição. Para os gregos Jesus não podia ser Deus e homem ao mesmo tempo, porque se ele tinha um corpo físico, tangível, material, e ele tinha, e se para eles a matéria era essencialmente má, Jesus não podia ser essencialmente o bom, se ele não podia ser essencialmente bom, ele não podia ser Deus, logo se começa a negar a divindade de Cristo no final do primeiro século e João escreve este evangelho para provar uma tese, a tese de que Jesus Cristo é verdadeiramente Deus sem deixar de ser verdadeiramente homem.

Ele não deixou de ser Deus ao encarnar-se, e ele não deixou de ser homem ao retornar para o céu como Deus, então, João abre as cortinas da eternidade, acende as luzes no palco da história e revela-nos Jesus, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Ele começa a dizendo assim: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

João quase nos tira o fôlego de início quando diz assim: No princípio era o verbo. O verbo ‘ser’ aí não está no pretérito perfeito, ele não disse no princípio ‘foi’ o verbo mas está no pretérito imperfeito ‘no princípio era o verbo’. Isso significa que quando tudo teve um princípio, diz a Bíblia, em Gênesis 1.1, que no princípio criou Deus os céus e a terra – o verbo já existia, o verbo preexiste ao tempo, ao princípio, a história. Se ele pré existe ao tempo, logo ele é eterno, e a eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Então João já inicia dizendo que o verbo é divino porque é eterno, porque a eternidade é um atributo exclusivo de Deus.

Note que ‘o verbo estava com Deus’ – essa expressão significa ele estava face a face com Deus e se Deus é um ser pessoal, e Deus é, e se o verbo estava face a face com Deus, logo o verbo não é um ser impessoal como pensavam os gregos, mas um ser pessoal, da mesma essência, da mesma substância, Deus de Deus, luz de luz, co-igual, co-eterno, e consubstancial com o pai. João avanca e diz que o verbo era Deus, não apenas um ser superior aos anjos, não apenas um ser maior do que todas as outras criaturas, como pensava Ário de Alexandria, mas um ser da mesma natureza, da mesma essência, tendo os mesmos atributos, realizando as mesmas obras.

Eu preciso então concordar com o pensador cristão C.S. Lewis quando disse o seguinte: Com respeito a Jesus eu só posso ter três opções: ou ele é um mentiroso, ou ele é um louco, ou ele é Deus. Se ele não é quem ele disse ser, ele é um mentiroso, se ele não é quem ele pensou ser, então é um louco, mas se ele é quem ele disse ser, então ele é Deus, pois foi Jesus quem disse quem me vê a mim vê o Pai, eu e o pai somos um, logo o verbo é eterno, pessoal e divino.

Quando chega no verso 2 ele diz assim: Ele estava no princípio com Deus. Que princípio? Ora, no princípio criou Deus os céus e a terra e quando os céus e a terra foram criados, o verbo, o nosso glorioso redentor, estava lá. Mas não estava lá passivamente, mas ativamente, pois o verso 3 diz assim:
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. As coisas visíveis e as coisas invisíveis, ele é o agente da criação, e esta verdade é tão extraordinária porque ela deita por terra e põe o machado da verdade na raiz de três ou quatro teorias e circulam nos meios acadêmicos.

Primeiro, esse texto reprova a ideia de que a matéria é eterna, como pensavam os gregos. A matéria não é eterna porque a eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Este mundo não existe desde sempre, este mundo foi criado e criado pelo nosso glorioso redentor. Segundo, este mundo não veio a existência por geração espontânea, a teoria da geração espontânea não está calçada com a verdade. Me perdoe a expressão, mas este mundo não pariu a si mesmo, este mundo não gerou a si mesmo, este mundo não veio a existência de moto próprio, este mundo foi chamado a existência pela palavra onipotente do verbo, o nosso glorioso Redentor.

Terceiro, este mundo não é resultado de uma mega explosão cósmica, a teoria do Big Bang não está amparada com a verdade. O caos não produz o cosmos, a desordem não produz a ordem, seria mais fácil eu acreditar que se jogasse ao ar 1 bilhão de letras e elas caíssem como uma grande enciclopédia, do que acreditar que este vasto e insondável universo, com mais de 93 bilhões de anos-luz de diâmetro, fosse resultado do acaso, de uma mega explosão. Me permita esclarecer isso melhor , eu pergunto a você… Nós estamos aqui no planeta Terra, até hoje o que se sabe é o único local absolutamente preparado e adequado para a vida, como nós a temos. Agora nós estamos aqui por acaso? Foi uma explosão que deixou o planeta terra onde está?

Perceba comigo, se nós estivéssemos mais longe do sol, morreríamos congelados, se nós estivéssemos mais perto do sol, morreríamos queimados. Foi o acaso que nos deixou rigorosamente onde deveríamos estar?

Bom, eu precisaria ter mais fé para ser um ateu do que para ser um crente. Não, não foi o acaso, não foi explosão que nos deixou aqui, foram as mãos do nosso glorioso Redentor. Pense comigo na lua, você sabe que o nosso satélite é a faxineira do Planeta Terra, se não houvesse a lua com suas fases, não haveria as marés dos oceanos e se não houvesse as marés dos oceanos as nossas praias se encheram de lixo e a vida seria impossível no nosso planeta. Não, não foi uma explosão que deixou a lua na sua órbita, foram as mãos do nosso glorioso Redentor. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do que foi feito se fez.

Quando eu olho para o macro cosmo eu fico impressionado, mas hoje a ciência não está mais pasma com a grandeza insondável do macro universo, mas do micro universo. Se você pegar uma folha por mais tenra que ela seja, no seu quintal, talvez ela seja mais complexa do que a cidade onde você mora. Se você pegar uma gema de ovo ela é mais complexa do que qualquer máquina que o homem jamais inventou. O Dr John Wilson, catedrático de Harvard, uma das maiores autoridades em oftalmologia no mundo, diz que você e eu temos em torno de 10 milhões de fios duplos encapados e se não for assim haveria um curto-circuito e ficaríamos cegos. O Dr. Marshall W. Nirenberg, Prêmio Nobel de biologia, descobriu que você e eu somos um ser programados geneticamente e temos mais de 60 trilhões de células vivas no nosso corpo e em cada uma delas com 1,70 cm de fita DNA. Em outras palavras você tem no seu corpo cerca de 102 trilhões de metros de fita de DNA, 102 bilhões de quilômetros de fita DNA, daria para dar diversas voltas no sistema planetário. Dr Holley vai dizer mais tarde que código de vida não surgiu espontaneamente, nem de uma explosão, nem de uma evolução de milhões e milhões de anos, códigos de vida foram plantados em você pelo Deus Todo-Poderoso, criador dos céus e da terra, este é o nosso glorioso Redentor.

Em 1859 Charles Darwin publicava seu livro ‘A origem das espécies’, em Londres. De lá para cá essa chamada Teoria da Evolução tem sido ensinada nas escolas desde o ensino fundamental ao pós-doutorado como a verdade científica. Falta-lhes, entretanto a evidência das provas, a verdade incontestável, é que o verbo de Deus e o criador de todas as coisas. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do que foi feito se fez.

João vai nos dizer que ele é a luz, a verdadeira luz que vindo ao mundo ilumina todo homem, a luz que resplandece nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ela, este é o nosso glorioso Redentor. Neste mês de dezembro nós relembramos a sua encarnação, a sua vida ao mundo para ser o nosso salvador pessoal, e hoje você pode conhecê-lo, você pode reconhecer que ele é o único salvador, o único Senhor, a única esperança da humanidade, o único que pode reconciliar você com Deus, perdoar os seus pecados, trazer paz para a sua alma e dar a você a vida eterna.

Se hoje você olhar para Jesus na sua majestade e glória, o verbo, o verbo divino, verbo eterno, o verbo pessoal, o verbo criador, o verbo auto-existente, a verdadeira luz que vindo ao mundo ilumina todo homem, se hoje você reconhecer que ele é o Senhor da sua vida, você pode ter seus pecados perdoados, você pode ter a convicção de que o Espírito Santo vai trazer a você uma nova natureza, um novo coração, uma nova mente, uma nova vida, dar a você uma nova família, nova pátria, e o seu nome está escrito no livro da vida, e você ter a certeza e a alegria da vida eterna.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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