“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” João 1:1 e 14
Estamos chegando no Natal, esta festa que reúne famílias, que congrega pessoas para celebrar a pessoa bendita, do nosso glorioso Redentor. O apóstolo João já no final da sua vida, já no final do primeiro século, escreve este evangelho, o evangelho segundo João para provar uma tese, que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que crendo Nele nós temos a vida eterna. João abre este evangelho como que abrindo as cortinas da eternidade, acendendo as luzes no palco da história, e apresentando-nos o nosso Glorioso Redentor. E ao apresentar-nos Jesus, ele nos diz “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, ele começa começa dizendo que o Verbo, diferente do que os gregos pensavam, é eterno, e eternidade é um atributo exclusivo de Deus, porque quando tudo teve um começo e um princípio, o Verbo já existia, então Ele é eterno. Ele estava face a face com Deus, portanto Ele é pessoal. Mas João diz “e o Verbo era Deus”, não apenas um ser inferior a Deus, como pensara Ário de Alexandria, um ser apenas superior aos anjos, não! Ele é da mesma essência de Deus, da mesma natureza de Deus, tendo os mesmos atributos de Deus, realizando as mesmas obras de Deus. Eu preciso concordar com o grande pensador C.S. Lewis quando disse “com respeito a Jesus você só tem três opções, ou Ele é um mentiroso, ou Ele é um louco, ou Ele é Deus.” Se Ele não é quem Ele disse ser, então Ele é um mentiroso, se Ele não é quem pensou ser, bom, então é um louco, mas se Ele é quem Ele disse ser, bom, então Ele é Deus, pois foi Ele quem disse “quem me vê a mim, vê ao Pai, porque Eu e o Pai somos um”. Então João está aqui, já de início nos afirmando que o Verbo de Deus, Jesus, é eterno, é pessoal e é divino.
Mas agora, depois de falar que este Verbo, é o Verbo eterno, pessoal, divino, Criador, auto existente, Doador da vida, a verdadeira luz que vindo ao mundo ilumina a todo homem, ao chegar no verso 14, João nos deixa perplexos com o chamado “Maior mistério do Cristianismo”, quando diz “e o Verbo se fez carne”, a pergunta é: que Verbo? E a resposta é: o Verbo eterno, pessoal, divino, auto existente, Criador, Autor da vida, o Verbo que é Deus, Deus auto existente, infinito, imenso, eterno, imutável, onipotente, onipresente, onisciente, transcendente, maior que tudo quanto Ele criou. Agora note comigo, e foi Atanásio, um dos grandes expoentes da igreja primitiva, que no quarto século derrota as teses heréticas de Ário, que negava a divindade de Cristo, provando que Deus é Deus, que Jesus é Deus, Deus de Deus, Luz de Luz, coigual, coeterno, consubstancial com o Pai, escreve um livro sobre a encarnação, e ele disse que a encarnação é o maior mistério do Cristianismo, porque Aquele que nem os céus dos céus pode conte-lo, esvaziou-se, Ele não foi esvaziado, Ele esvaziou-se a Si mesmo, Ele entrou no ventre de uma virgem, um zigoto, um embrião, um feto, um bebê, o Criador do Universo, transcendente, se fez carne, que verdade bendita. E Ele habitou entre nós, não longe de nós, entre nós, Ele vestiu pele humana, Ele calçou as sandálias da humildade, Ele pisou nosso chão, Ele comeu nosso pão, Ele bebeu a nossa água, Ele chorou as nossas lágrimas, Ele sentiu a nossa dor, Ele carregou sobre o corpo no madeiro com os nossos pecados, Ele morreu por nós para ressuscitar gloriosamente.
E João prossegue e diz o seguinte: “Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”. Ele não entrou para nossa história cheio de justiça e juízo porque nos fulminaria, o melhor de nós às nossas justiças, aos olhos de Deus não passam de trapos, de imundícies, mas Ele manifestou-se cheio de graça, Ele nos amou, Ele nos apanhou arruinados, depravados, condenados, sujos, estávamos mortos nos nossos delitos e pecados, e Ele nos deu vida, e Ele nos perdoou, e Ele nos redimiu, e Ele nos restaurou, e Ele nos fez assentar com Ele nas regiões celestes, acima de todo principado e potestade, Ele nos fez membros da família de Deus.
E João conclui assim: “e vimos sua glória, glória como do Unigênito do Pai”. A glória é mais do que um atributo, a glória é a somatória de todos os atributos de Deus. Quando Deus mandava um profeta lá no Velho Testamento, Ele enfatizava este ou aquele atributo de Deus, Isaías enfatizou a santidade, Amós a justiça, Oséias a misericórdia, mas quando Jesus Cristo veio, Ele veio, não para falar deste ou daquele atributo, Ele veio para revelar Deus na sua plenitude, porque Ele era a exata expressão de Deus, Ele era o resplendor da glória, Nele habitou corporalmente toda plenitude da divindade, por isso Ele pode dizer “quem me vê a mim, vê o Pai, porque Eu e o Pai, somos um”. Estamos chegando no Natal, Natal não é Papai Noel, Natal não é rua enfeitada, Natal não é comércio febril, Natal não é troca de presentes, Natal não é apenas reunião de amigos e famílias, Natal é Jesus, esta é a mensagem do Natal, o Filho de Deus veio ao mundo, o Verbo se fez carne, Ele sendo Deus se fez homem, Ele sendo Rei dos reis se fez servo, Ele sendo rico se fez pobre, Ele veio ao mundo pra dar a sua vida por você. Então, é hora de nós devolvermos o Natal ao seu verdadeiro dono, é hora de nós recristianizarmos o Natal, é hora de nós celebrarmos o Natal louvando a Deus por Aquele que nos amou e a Si mesmo se entregou por nós, para que nós fossemos redimidos, resgatados, perdoados e Nele nós pudéssemos ter a vida eterna. não há salvação em nenhum outro nome a não ser o nome de Jesus, então celebre este Natal com sua família, com toda alegria, mas coloque Jesus no centro desta celebração.
Rev. Hernandes Dias Lopes