Acaso, não está diante de ti toda a terra? Peço-te que te apartes de mim; se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores para a direita, irei para a esquerda. Gênesis 13.9.

 

Verdade

Aos olhos humanos, os bens materiais podem parecer fundamentais na vida de alguém; e as atitudes do mundo diante de situações e escolhas, de divisão de bens ou problemas como esses, vividos por Abrão e Ló, são totalmente diferentes da atitude de Abrão. Ora, os pastores de Abrão estavam contendendo com os de Ló por causa desta terra que foi prometida a Abrão por herança no decorrer das gerações. Talvez a atitude mais esperada, ou a que mais vemos, fosse expressa em ríspidas palavras: “saiam da minha terra, vão buscar outra terra para vocês, o pasto é meu”.

Na lida com os bens que foram dádivas de Deus, promessa de Deus quando disse: “te abençoarei” (12.2); numa referência espiritual e material para Abrão; Abrão não colocou o coração nas riquezas. Aliás, o salmista diz: “Se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10b), ou ainda, em provérbios há o alerta: “Quem confia nas suas riquezas cairá” (Pv 11.28ª).

Abrão poderia ter escolhido as campinas do Jordão, que eram bem regadas, como o Jardim do Senhor, como o Éden (Gn 2.10). “O melhor, para mim”. Mas não é o que o texto mostra. Abrão é generoso diante da terra da promessa, diante da fartura; ele não se mostra egoísta, nem apegado aos bens, apegado àquilo que faz brilhar os olhos (Gn 3.6), e veremos o resultado disso depois quando Ló é levado cativo e ainda quando da destruição de Sodoma e Gomorra, pois ele se dispõe a interceder por Ló (Gn 19).

Sendo assim, destacamos que precisamos ser vigilantes diante dos desejos e tendências do nosso coração. Ele se apega facilmente ao que é material; não é à toa que o segundo mandamento (Ex 20.4: Não farás para ti imagens de escultura) tem uma repreensão direta àqueles que se apegam ao que é material em detrimento do apego ao Senhor, como o bem maior da nossa vida.

Vida

Portanto, na lida com os bens, precisamos da consciência de que “ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24.1), e nessa consciência, ao invés de nos apegarmos aos bens, apeguemo-nos a Cristo, ele é o nosso bem maior. Deus não o poupou, antes, nos deu pela cruz; porventura não nos dará o que precisarmos? (Rm 8.32). Diante dos bens, precisamos de generosidade e contentamento, reflexos da generosidade do Pai: Ele foi generoso a ponto de dar-nos o seu Filho Jesus Cristo.

Pastor Timóteo Sales

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