Bem-aventurados os que choram

Verdade

Como é difícil tentar consolar alguém em prantos! Um legítimo choro de tristeza é comovente, nos faz sentir junto com quem chora, mesmo que um pouco do seu sentimento. Mas quando Cristo fala do padrão dos cidadãos dos céus, ele não fala de um choro de dor física, ou de um problema emocional ligado a relacionamentos ou coisas do tipo, muito menos por crises financeiras, catástrofes, doenças, pobreza ou algo afim. Cristo fala sobre o choro que é reflexo de um reconhecimento na alma da indignidade e pecado.

Cristo mostra que aqueles que são humildes de Espírito, que reconhecem a sua insignificância e dependência total e espiritual de Deus, sua pecaminosidade e fraqueza, necessária e profundamente lamentarão os seus pecados e fragilidade.

A arrogância humana diante da vida é terrível. Nosso coração tenta nos enganar e nos colocar como independentes de Deus, nos levando à sensação de suficiência e liberdade, quando pecamos; de vítima e acusador, quando confrontados; de falsa alegria e paz, quando o tempo passa.

Mas há um caminho melhor, caminho proposto pela Escritura, o caminho da humildade, o caminho do reconhecimento, o caminho do arrependimento genuíno, o caminho dos frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8), e um dos frutos dignos de arrependimento é o choro, tristeza real pelos pecados que afrontam a santidade de Deus, que nos afastam de Deus.

Vida

Cristo não precisou chorar os seus pecados, pois era santo e perfeito; dolo algum se achou em seus lábios (1Pe 2.22), mas Cristo se entristeceu com a dureza do nosso coração, e proporcionou um novo e vivo caminho, o caminho da cruz; para que seus eleitos trilhassem o caminho da indignação contra o pecado, da dependência de Deus, de um choro genuíno pelo mal cometido, de um choro que é fruto de um coração transformado e arrependido, para que cada um deles não apenas chorasse os seus pecados, mas tomasse a sua cruz e o seguisse. Quão felizes são os que choram os seus pecados aos pés de Cristo!

Timóteo Sales