Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. Provérbios 31.30.

 

Verdade

A beleza é bela, e a redundância não é mero jogo de palavras, pois na verdade há quem pense que a beleza seja desprezível ou fútil. Na realidade, Deus criou o belo, e tudo o que ele fez era muito bom (Gn 1.31); e ainda, temos o relato de que Deus criou “toda sorte de árvores agradáveis à vista” (Gn 2.9), o que aponta para o senso estético divino, a perfeição em criar o belo, que é útil e nos direciona para sua glória.

Sim, o belo deve apontar para a glória de Deus e não a do homem; o belo deve nos fazer olhar para Deus e não focar no objeto em si; o belo é agradável, pois nos remete à nossa essência como imagem de Deus.

Sendo assim, quando olhamos para o texto de Provérbios, podemos ter uma sensação de que ele despreza a beleza exterior, o que não é o caso. Na realidade, o texto sagrado aponta para uma “graça enganosa”, pois a beleza exterior não significa plenitude de alegria e delícias perpétuas, como há somente na presença de Deus (Sl 16.11); além da “vã formosura”, que não aponta para inutilidade da mesma, mas para o seu caráter passageiro, efêmero, transitório; ou seja, a beleza e a graça, vistos em uma mulher, não significam que o coração dela seja da mesma forma, além de serem atributos passageiros por causa das marcas da própria velhice.

Sendo assim, os olhos precisam ser direcionados para aquilo que não é enganoso ou passageiro, mas para aquelas características que apontam para algo duradouro e permanente, um caráter de temor ao Senhor, o Deus da Aliança; marcas de uma mulher que terá o apreço do povo de Deus.

Vida

A Escritura fala de alguém que não tinha graça enganosa ou formosura passageira, era alguém que “não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is 53.2), pelo contrário, era homem de quem “os homens escondem o rosto, era desprezado” (Is 53.3). Antes de procurar a beleza externa como o centro e alvo da nossa vida, precisamos de um coração que vislumbre a beleza do homem interior (1Pe 3.3-4), até que todos cheguemos à medida da estatura do varão perfeito que é Jesus Cristo (Ef 4.13); nele a “graça” é completa e perfeita, não é enganosa ou passageira, mas verdadeira e eterna.

Timóteo Sales

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