Verdade
Quando vamos para um casamento, admiramos as juras de amor feitas pelos noivos. Promessas de cuidado, companheirismo, apoio, consolo, abrangem todas as áreas da vida e do próprio tempo, já que as promessas apontam para uma fidelidade e amor até ao fim, quando a morte colocar o fim na aliança.
A analogia do casamento é usada na Escritura para mostrar o relacionamento entre Cristo e a sua igreja, o noivo e a noiva; e nesta perspectiva, percebemos que somente por causa de Cristo, a aliança não é quebrada antes do fim. Nós somos pecadores, e constantemente o nosso coração se distancia da vontade de Cristo, e quebramos repetidamente os votos diante dele, de forma que não caímos completamente em apostasia, somente porque ele é poderoso para nos guardar de tropeços e nos apresentar imaculados diante da sua glória (Jd 24).
Assim, João mostra a fidelidade de Cristo como o noivo, resgatador e defensor da relação com a sua igreja, e Cristo prova o seu amor, amando a sua igreja até ao fim. E quando observamos a sequência do texto, percebemos que nem mesmo as maiores provações e tentações não foram suficientes para tirar o foco da poderosa obra de redenção de Jesus. Mesmo o diabo agindo (Jo 13.2), Judas traindo (Jo 13.2), Cristo demonstrou o seu amor com uma humildade jamais vista, a ponto de lavar os pés do próprio traidor (Jo 13.4-11).
É neste contexto que ele ensina na prática, com toda autoridade e exemplo, mas também com um novo mandamento: “que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei” (Jo 13.34).
Vida
Talvez muitos se justifiquem que este mandamento é difícil, e de fato é; nosso coração não quer amar até ao fim, quer amar enquanto receber algo em troca, enquanto não for machucado, enquanto tiver amor do outro como resposta. Mas, Jesus tendo amado os seus, amou até ao fim, e é este o mandamento que nos resta. Os que são reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo serão conhecidos “se tiverem amor uns pelos outros” (Jo 13.35), e isso porque, pela graça, refletimos o seu amor demonstrado; demonstrado com a maior prova do amor de Deus, a morte do seu Filho em nosso lugar, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Que grande amor, infinito amor, amor até ao fim!
Timóteo Sales