Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se. Daniel 1.8.

 

Verdade

Daniel era um jovem ainda quando foi levado cativo à Babilônia por ordem do rei Nabucodonosor. A Bíblia mostra que ele era um jovem diferenciado no conhecimento; pois ressalta que estava ele entre “jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus” (Dn 1.4). E diante da sua posição, a determinação real era de uma alimentação diferenciada, porém, certamente reprovável diante de Deus.

Alguns estudiosos apontam para o fato destas comidas estarem fora da dieta judaica prescrita na Lei Mosaica, além do fato de serem alimentos oriundos de rituais pagãos. Sendo assim, a atitude de Daniel pode ser melhor vista, o que nos leva a perceber os grandes riscos que ele correu junto com seus companheiros; o risco de não serem encontrados saudáveis, e o risco de serem pegos não participando da comida oriunda dos ritos religiosos pagãos, o que seria uma afronta não só à ordem real, mas às possíveis divindades. Aliás, sabemos o que ocorreu com o mesmo por não orar ao rei como um deus, mas dirigir suas orações ao Deus verdadeiro três vezes ao dia (Dn 6).

Infelizmente, por muito menos, somos tentados e caímos, quando nosso frágil coração cede às tentações do mundo, às finas iguarias que o mundo oferece, com aparência de sabedoria ou poder para tornar mais forte; mas na realidade são banquetes que alimentam a carne e nos afastam do Senhor, que vão desde programações, filmes, séries, novelas imorais, até coisas mais terríveis, que o “só referir é vergonha” (Ef 5.12).

Vida

O autor aos hebreus vai nos mostrar um caminho sobremodo excelente, é o caminho de Cristo; ele foi além de Daniel. Daniel era pecador, falho, e jamais poderia fazer o caminho da justiça e guardar-se perfeitamente incontaminado do mundo por si, ou muito menos pelos eleitos de Deus, pois somente Cristo foi capaz de viver neste mundo não se contaminando com as finas iguarias deste, e sendo tentado, não pecou (Hb 4.15). Cristo pôde compadecer-se das nossas fraquezas, nos guardar de tropeços, e nos tornar mais fortes, a fim de que possamos resistir à tentação de experimentar das finas iguarias que o tentador oferece.

Timóteo Sales

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