Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! João 19.28

 

Verdade

Uma das maiores ameaças à igreja cristã foi o gnosticismo. E uma das ideias principais do gnosticismo era que ele identificava o corpo como mal e o espírito como bom; logo, para eles não seria concebível o próprio Deus, sendo bom, encarnar, pois o corpo é mal. E menos concebível ainda, este Deus esvaziar-se, encarnar-se, a ponto de sofrer as mais profundas agruras humanas até a morte.

Daí eles tentavam explicar a salvação com base num conhecimento intelectual sobre Deus, e nisso se “livravam” da vergonha da cruz. Não era concebível que as escrituras prometessem um Messias e esse Messias fosse Deus e ao mesmo tempo um homem.

Mas a Escritura deixa claro que Cristo é perfeitamente Deus e perfeitamente homem. E em um momento de tamanha agonia, após ser espancado, humilhado, maltratado, pregado naquela cruz, perdido tanto sangue, desidratado, as suas palavras eram realmente curtas e direcionadas, atingindo o alvo certo, atestando mais ainda a sua infinita sabedoria até em um momento tão agonizante.

E o seu compromisso em cumprir todas as profecias, em satisfazer a justiça de Deus, em consumar tudo aquilo para o qual foi designado, em fazer a vontade do Pai é revelado neste momento, em que clama: “Tenho sede”, e até nesta fala que pode parecer tão despretensiosa, é evidente o propósito de Jesus Cristo em cumprir as profecias (Sl 22.15; Sl 69.21). Mas a sua sede, além de mostrar o cumprimento das profecias, atesta a sua perfeita humanidade (Jo 2.25; 1Jo 1.1).

Vida

Podemos, portanto, recorrer ao SENHOR Jesus, pois ele é cheio de compaixão e pode socorrer-nos; pois além de conhecer profundamente a natureza humana por ser ele verdadeiro homem, ele é verdadeiro Deus, poderoso para socorrer os que são tentados (Hb 2.17-18). Naquele momento, Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro homem, a fonte da água viva, sofreu uma sede abrasadora a ponto de sua língua apegar-se ao céu da boca, como prova do seu amor, a fim de que o seu sacrifício saciasse a sede espiritual (Jo 4.14) daqueles que se aproximam dele, pela graça, humildemente, dizendo: “Senhor Jesus, tenho sede”.

Timóteo Sales

Recent Posts