O justo e o ímpio

Verdade

Por vezes, quando passamos momentos difíceis somos tentados a comparar a nossa situação com o modo de vida das pessoas que nos cercam. Até mesmo as crianças fazem isso, mesmo em questões simplórias como pequenas atividades: “por que eu, e não ele?”. E nossas comparações não ficam apenas aí, pois olhamos para os perversos, e até verificamos que por vezes vivem melhor do que nós. O salmo 73 fala muito sobre isso quando aborda a inveja dos arrogantes e ímpios.

Mas o primeiro salmo da Escritura abre este compêndio poético da sabedoria de Deus mostrando que há uma grande diferença entre o justo e o ímpio, mostrando que eles além de trilharem caminhos distintos e antagônicos, têm fins específicos e completamente diferentes.

O ímpio traz conselhos equivocados, anda em caminhos tortuosos, se assenta na comunhão do escarnecimento, trilha a impiedade; enquanto isso, o justo se afasta desses caminhos tortuosos, ama, medita, guarda a lei do Senhor, tendo nela o seu deleite e parâmetro para todos os aspectos da realidade, dia e noite.

É por isso que o fim deles é distinto, enquanto o justo “é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jr 17.8), o ímpio é como palha levada pelo vento, não sabe para onde vai, é arrastado pelos vendavais da vida, é posto em lugares escorregadios (Sl 73) e finalmente, não prevalecerão na presença do Senhor (Sl 1; Sl 15).

Vida

Por isso, apesar de temporariamente parecer que há um privilégio em viver fora da lei de Deus, a Escritura deixa claro o fato dos ímpios plantarem juízo, acumulando para si ira, que será revelada ultimamente no Dia do Senhor Jesus. Pois ele voltará para mostrar o verdadeiro fim que há na vida de busca pela justiça diante de Deus e o horror iminente de se viver em impiedade. Pois haverá um dia que aquele que cumpriu a justiça em nosso lugar voltará para separar o joio do trigo, e a palha, que o vento dispersa, será não apenas lançada pelos ventos, mas será queimada em fogo inextinguível (Mt 3.12). Naquele dia não haverá misericórdia para os ímpios, mas ficará claro o fim que leva o justo e o horror final do ímpio.

Timóteo Sales