4 “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” Lucas 23.46 Verdade A crucificação era um ato cruel; não tinha a intenção de matar, se o desejo fosse matar, degolariam ou dariam outra pena de morte que fosse mais rápida. Mas a intenção final era a de fazer sofrer, agonizar, maltratar, humilhar, expor as vergonhas e a maldição que estava destinada aos piores assassinos ou criminosos da sociedade que aplicava tal pena. Mesmo assim, Jesus, sofrendo tamanha dor no corpo, e bebendo na alma o cálice da ira de Deus, demonstrava a sua divindade. Como segunda pessoa da Santíssima Trindade, Cristo mostrava ali que ele tinha o controle total da sua própria vida, ele não é apenas o autor da vida, como é aquele que tem em suas mãos a chave da vida e da morte. Foi prevendo este momento que ele disse que “daria a vida pelas ovelhas” (Jo 10.15), disse que daria para depois reavê-la (Jo 10.17), afirmou que ninguém tiraria a sua vida, pelo contrário, espontaneamente a daria, pois tinha toda autoridade para dar e reavê-la, como de fato aconteceu na ressurreição, conforme o mandato do Pai (Jo 10.18). Diante disso, Jesus sabendo e controlando todos os detalhes de sua vida, o autor da vida, para que tenhamos vida, deu a sua vida voluntariamente, entregando nas mãos do Pai o seu espírito, após a oferta suave e agradável que foi, como um cordeiro perfeito, sem mancha, mácula, dolo. Ele entregou nas mãos do Pai pois foi diante dele que Cristo satisfez a justiça de Deus, para que fosse a mesma revelada a nós no evangelho, de fé em fé, para que nós, justificados por meio de Cristo, vivamos por meio da fé (Rm 1.17). Vida Nas mãos do Pai, Cristo entregou o seu espírito, pagando com a morte o salário do nosso pecado; nas mãos do Pai, Cristo entregou o seu espírito, demonstrando o controle absoluto sobre a vida; nas mãos do Pai, Cristo entregou o seu espírito, mostrando que a humilhação é o salário do pecado, mas que o aguilhão da morte não o fez desistir da cruz, mesmo que tentado pelo próprio Satanás a tal covardia; nas mãos do Pai, Cristo entregou o seu espírito, expirando e experimentando do mal que merecemos, inaugurando a morte da morte, quando ele, que é a vida (Jo 14.6), invadiu o império da morte, dando a nós a confiança de ao morrermos, descansarmos nas mãos do Pai, entregando o nosso espírito, para vivermos eternamente com Cristo. Timóteo Sales Recent Posts0894 – Pais ComprometidosPais Comprometidos0893 – Amor ao dinheiro